Relato I -Drogas, a aflição
(Clara Azevedo)
Este é o início de uma série de
escritos autorais, agora com um novo olhar, transformados em resenhas
de sete capítulos. Apresento-lhes o I: ``Agora eu posso sair deste
processo depressivo. Deixo sair de minha vida o homem que eu amo. Se
amo não pode ser depressão, tensão, não sei mais vê-lo como o homem que
vem aos meus lábios. Apesar dele vir e eu sei que vem por mim. Não fui
grande. Não usei a sabedoria que o tempo me deu para regá-lo, para
regar a pessoa que eu amo. Nem resolvi e já estou no vácuo. Não sei o
que fazer. Nada mais vai me contentar... talvez o mar azul, mas olhar o
mar sem pensar em seus olhos vai ser muito difícil. Não consegui fazer
acontecer meu amor. Não consegui optar. Ter atos de consciência e não
consegui ser socialista.
O uso de drogas é individualista e neo-liberal, é você, só você e você!
O tempo todo, na hora de decidir algo, só passa o viés do vício, do
nada, do seu pequeno momento de prazer. Quero dar risadas, quero mandar
os alienados se ``foderem``. Quero regar coisas boas. Quero batalhar
com os caretas sobre os projetos que tenho... tentar ser feliz.
Sozinha, agora, vai ser difícil, eu mudei minhas rotas na vida e nos
sentimentos depois que passei a viver com ele. Nada me vinha inteiro
sem passar por ele, nem o mais escondido dos pensamentos, eu acabo
dizendo a ele. Que faço? Sei o que eu quero, mas não sei fazer sem ele.
Vivemos o mêdo. Tenho mêdo de pedir ajuda porque não acredito em nada.
Eu não sou mais eu, então tenho que sair dessa, e de qualquer uma,
sozinha. Qualquer uma que pintar. Penso em ser firme, não usar, fico me
planejando o dia todo, mas quando ele chega eu junto meus processos de
rejeição, e deixo estar, só mais esta vez vou usar e blá blá blá, eu
mesma me ameaço! Oh! alone people, why do they all come from?``.
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