Iracema
(José de Alencar)
José Martiniano de Alencar nasceu em Mecejana, no Ceará (1829-1877), político, jornalista, advogado e escritor brasileiro. Escreveu Iracema – 1865 - que é uma história, em prosa lírica. Rica em comparações, musicalidade e metáforas maravilhosas. Alia-se a obra ATALA como um dos maiores romances indianistas mais lidos no mundo. Apresenta ainda em seus parágrafos o uso redondilhas, da métrica alexandrina, decassilábica, transformando para alguns literatos a prosa em forma poética. Iracema forma também um anagrama com a palavra América, representando a força do nacionalismo ufanista de Alencar nesta obra indianista.
I – R – A – C – E – M – A;
A – M – É – R – I – C – A.
De narrador onisciente com foco narrativo em 3ª pessoa no desenvolvimento do enredo. São personagens importantes da obra: Iracema: cabelos negros e longos; Martim Soares - Coatiabo: europeu e amigo dos pitiguaras - índios do litoral, adversários dos Tabajaras; Moacir: filho de Iracema o primeiro brasileiro; Araquém: o feiticeiro da tribo Tabajara e pai de Iracema; Caubi: irmão de Iracema; Poti: índio Pitiguara, que se considerava irmão de Martim; Batuirité: avô de Poti; Jacaúna: irmão de Poti; Irapuã: chefe dos Tabajaras; apaixonado por Iracema. Iracema nos conta a história dos feitos heróicos de Martim – o homem branco colonizador português. Temos uma figura mágica e apaixonante que é Iracema, a virgem dos lábios de mel, a nossa heroína, o nosso povo. Com elementos da história do Brasil. O autor faz uso de "flash back narrativo" sempre retornando as lembranças. O romance tem características épicas e começa de forma não-linear, pelo fim. Moacir, Martim e Japi estão partindo do Ceará de jangada. Iracema já está morta. Mas tudo começa quando Iracema – colonizado - tem seu primeiro encontro com Martim – o colonizador branco. Ele estava em uma caçada com um grupo de índios Pitiguaras, com os quais fizera o primeiro contato, se afasta sem perceber e se perde por três dias. Encontra-a pela primeira vez, assustada lança uma flecha no seu rosto ferindo-o, ele não reage e ela cuida dele fazendo a paz com o homem branco. Leva-o a sua casa, de Araquém seu pai. A jovem índia Tabajara se apaixona. Mas ela não podia aos olhos da tribo ela era a virgem sacerdotisa de sua mística, de tupã, não podia nunca perder sua virgindade. Era a guardiã do segredo da jurema. Dá o vinho de tupã a Martim que adormece. Quando fica bom ele pede a Caubi para levá-lo embora, quando Irapuã chega para matá-lo. Consegue escapar, pois ocorre um ataque de Pitiguaras e Irapuã o chefe Tabajara leva seus guerreiros para a batalha. Os tabajaras fogem e Poti vem à cabana de Iracema para resgatar seu irmão Branco para as suas terras. Ele foge com Iracema. Ela não era mais virgem e sua tribo poderia fazer alguma coisa contra ela. Poti arruma um cantinho perto do rio e perto do seu povo para Martim, que faz uma cabana para Iracema e ele. Martim vira Coatiabo, vive de pescar e caçar com seu irmão de tribo, enquanto Iracema colhe flores e frutos na floresta. Longe de sua tribo, vivendo no meio dos inimigos. Jacaúna aparece e convoca Poti para uma guerra contra os Tabajaras que agora se aliaram aos brancos invasores (não eram Portugueses). Ele Martim vai com Poti e deixa Iracema grávida. No entanto lembra-se do destino que lhe reservou o amor sofrido - O licor de Jurema a droga intermediária levando-os a relação inconsciente na quebra da virgindade de seu amor. Mais tarde fazendo-a dar a luz a um filho que se chamará Moacir, que na língua tupi significa o filho da dor. De tanto chorar a espera de seu amor que foi para a guerra. Iracema dá a luz a esse filho, mas não tem leite suficiente para amamentá-lo. Sofrida pela saudade, seu irmão Caubi a encontra e ao vê-la tão fraca pede para voltar para casa, pois Araquém seu pai está muito velho. Admira-se ao ver a criança, que bela criança ela reluta, pois tem que esperar Martim.
Os índios, liderados por Irapuã, estavam contra Martim. Contra seus inimigos Pitiguaras. Não bastava ter tirado a virgindade de Iracema, mas também ganhou a inimizade de Irapuâ, que tinha desejos por Iracema de muito tempo. Sonhava um dia cortejar a virgem. Agora se aliaria com brancos invasores para derrotar seus inimigos entre eles Martim que representava Portugal. A guerra entre eles é ferrenha e os Pitiguaras ganham de novo. Após a batalha ele volta e vê seu amor sofrido com seu filho, havia perdido as forças. Debilitada só teve forças para levantá-lo e entregá-lo ao pai. Desfaleceu na rede que ficava o tempo todo chorando e amamentando seu filho com um leite cheio de sangue e de dor.
Volta sua terra Portugal, que é o início do Livro. Ao retornar, três anos depois, com a intenção de fundar a “MAIRI”, refúgio dos cristãos no Ceará, saudosista, com o filho e Poti – agora cristão em contradição ao seu batismo indígena no passado. Diante dos conflitos temos Moacir que é um misto de primeiro brasileiro nascido no Ceará, mestiço - índio-português.
ALENCAR, José de. Iracema. 1ª Edição. EDIOURO PUBLICAÇÕES S.A.. 1997. São Paulo: Biblioteca Folha.
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