Sobre Preservação da Natureza V
(Autor)
Tudo isto e outros tipos de ameaças provocaram a extinção de muitas espécies, nomea-damente o dodó e a vaca-marinha-de-Steller, por não temerem ou fugirem do Homem, foram caçados até à extinção, para servirem de alimento aos marinheiros; ou mais recentemente, a pom-ba migratória da América do Norte, que cobria os céus em bandos de centenas de milhões, foi caçada até ao extermínio (talvez por desporto); e muitos outros (leão-do-Atlas, gazela-ruiva, no norte de África; moa, ema-anã, na Oceânia), mas talvez o mais entusiasmante seja o lobo-da-tasmânia, o Tilacino. Os maiores carnívoros marsupiais, os tilacinos viveram na Austrália e na Nova Guiné em tempos pré-históricos, mas no século XIX só restavam na ilha da Tasmânia. A competição com o dingo (cão selvagem) pode tê-lo extinguido na Austrália. A caça a prémio aos tilacinos começou por volta de 1830, porque os animais atacavam os rebanhos de ovelhas, intro-duzidas pelos colonos europeus. Vinte anos depois a sua sobrevivência estava ameaçada, mas apesar disso a caça a prémio continuou até 1909. O último lobo-da-tasmânia morreu no cativeiro em 1936. Desde então, as buscas não conseguiram revelar a existência de sobreviventes. Em 1964 pretendeu-se, mas sem provas, tê-lo observado. Certos indícios levam a pensar que a espécie terá subsistido no sudoeste da Tasmânia, tendo sido criada uma reserva de 647 000 hectares, em parte para proteger os eventuais sobreviventes. No entanto, em 1979 o governo australiano admitiu que o tilacino já não existe. Além da caça foram invocadas outras causas para explicar o seu rápi-do fim, como a concorrência dos cães selvagens, as doenças e a transformação do habitat devido ao alargamento das culturas e à regressão das florestas.
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