BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


CURUPIRA
(Walfrido Requeijão)

Publicidade
CURUPIRA, O DEMÔNIO DA FLORESTARequeijão, Walfrido - Livro: AAAAAAH! - Zê Udigrudi - São Paulo - SP - 2007 - www.zeditora.com Imagine um menino moreno, de corpo bem peludinho, com os dentes verdes, os pés virados pra trás e os cabelos bem vermelhos feito brasa de fogueira. Isso é o curupira! Sei que ele é capaz de muitas maldades, mas tenho uma simpatia por ele, pois protege os animais feridos, os filhotes em perigo, as plantas e as árvores. Penso até que deveriam existir muitos curupiras pra dar um jeito nas empresas que derrubam árvores ilegalmente, nos fazendeiros que aterrorizam a natureza com as queimadas e nos caçadores insensíveis que matam e ferem os animais por prazer. Curupira fica tiririca da vida com gente assim! Mas se você me perguntar se já vi um curupira, eu digo que não, nunca vi. Mas certa vez, estava eu agachado, bebendo água numa bica ao pé da serra de Igarapava, quando notei um vulto passar ligeiro, perto de mim. O colega que estava ao meu lado, aguardando a vez, ficou impressionadíssimo e me puxou pelo braço, insistindo para sairmos dali: ele tinha acabado de ver um curupira passar montado num porco selvagem a se embrenhar pela mata. Cruz credo! E não é de hoje que se vê curupira por aí. A coisa é antiga e tão séria que até o Padre José de Anchieta, um dos fundadores da cidade de São Paulo, lá pelos idos de 1560, escreveu sobre eles:
“É cousa sabida pela boca de todos, corre que há certos demônios, a quem no Brasil chamam Curupira, que acometem aos índios no mato, dão-lhe açoites, machucam-nos e matam-nos. São testemunhas disto os nossos irmãos, que viram algumas vezes, os mortos, por eles. Por isso, costumavam os índios deixar em certos caminhos que por ásperas brenhas vão ter ao interior da terra, no cume da mais alta montanha, quando por cá passam, penas de aves, abanadores, flechas e outras coisas semelhantes como uma espécie de oblação, rogando fervosamente aos Curupiras que não lhes façam mal". Os índios respeitam muito o curupira. Tem muito medo dele. Eles o têm como uma espécie de demônio, talvez porque o curupira seja inclemente ao castigar um malfeitor. Ele sabe mil artimanhas para castigar quem destrói a natureza. Conhece a floresta como a palma da própria mão e a percorre com seus pés tortos, produzindo pegadas que vão daqui pra ali e de lá pra cá, deixando os malfeitores confusos. Enquanto corre, imita gritos e gemidos humanos ou sons de animais, fazendo com que o malfeitor pense que há alguém em perigo ou que persegue algum animal raro, assim ele vai atrás e quando percebe, já é tarde, está perdido pela floresta. Então, o curupira se aquieta num galho na copa de alguma árvore, observando seu prisioneiro, esperando a chegada da noite para começar a bater no tronco das velhas árvores, a sacudir as folhas dos arbustos, a dar gritos lacinantes seguidos de gargalhadas infernais e urros que imitam feras terríveis. E quando a vítima está aterrorizada, a zoada pára e do mais absoluto silêncio dos profundos da floresta, vão surgindo cantos assustadores de pássaros misteriosos a mando do curupira. É tiro e queda: em pouco tempo, se a pessoa não morrer de medo, fica doidinha da cabeça.
É, Curupira não perdoa maldade, por isso, as pessoas que vivem ou trabalham na floresta, tais como, os seringueiros, os caçadores e lenhadores, além de respeitar a natureza, seguem o conselho dos índios de deixar em certos lugares da mata, um pouco de pinga e fumo para a distração do curupira, assim, enquanto o curupira se distrai com os presentes, eles caçam e coletam aquilo de que precisam para sobreviver. Acredite, se quiser!



Resumos Relacionados


- Lenda Do Curupira

- Caipora

- O Indio E O Curupira

- O GuardiÃo Da Floresta

- Nanocontagem



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia