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Os goleiros
(João Carlos Viegas)

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Os goleiros sempre me despertaram admiração e, mesmo sabendo que jogar na linha representava maior sucesso, meu desejo no futebol era agarrar no gol. Não, nunca fui um bom goleiro mas a vaga estava sempre garantida porque ninguém (a não ser eu) queria ser goleiro nas peladas da infância. E como os goleiros me empolgavam!! Alguns, vi ou ouvi jogar. É... ouvi jogar nas narrações de Jorge Cury, Orlando Batista e Doalcey Camargo, para mim; os três maiores narradores de futebol que escutei na vida. E foi assim que aprendei a admirar Castilho, Marcial, Cláudio, Gilmar, Waldir, Manga, Pompéia e Ary. Sem falar no Yashin, o Aranha Negra, um russo que chegou a jogar no Maracanã, figura lendária que diziam agarrar até pensamento. Mas nenhum goleiro me encantou tanto quanto Carrizo, Amadeo Carrizo, titular da seleção Argentina que disputou a Copa das Nações, um torneio que reuniu Brasil, Portugal, Inglaterra e Argentina no meio da década de sessenta. Carrizo agarrava tudo e diziam que o segredo dele era beber um cálice de vinho na hora do almoço. Ah! E – isso li na extinta Revista do Esporte – Carrizo não admitia que goleiro usasse os pés, recomendação que Rogério Ceni não leva muito à sério. Na final do torneio, no Pacaembu, Carrizo fez defesas incríveis. Inclusive, caiu certinho na bola numa cobrança de pênalti que o Gérson bateu. Eu vi o jogo de casa numa transmissão em preto e branco e confesso: torci pela Argentina. Quer dizer, torci por Carrizo. Não, aquele goleiro não podia perder. Não podia sofrer gol. E, quando Servílio deu uma cabeçada, quando parecia que o Brasil abriria o marcador. Carrizo surgiu do nada como um ser que tivesse ganho asas e defendeu a cabeçada com uma só das mãos. A seleção brasileira perdeu de três a zero mas eu fiquei feliz e deslumbrado com Carrizo. Em Buenos Aires, passeava por Santelmo – um bairro que me lembrou um pouco Santa Tereza, no Rio, e Olinda, em Pernambuco - e o dono de um sebo me disse que Carrizo morava ali perto. Eu fiquei torcendo para ver Carrizo, já um senhor e sem a agilidade que me deslumbrou. Não vi Carrizo mas – bem antes de Maradona ter um pesadelo vestindo a amarelinha – numa noite, eu torci pela seleção da Argentina. Tudo por causa da minha admiração pelos goleiros, tudo por causa de Carrizo. É... a gente não deve remexer muito no passado não porque desenterra cada pecado....



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