BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


O CORSÁRIO
(CALDRE E FIÃO)

Publicidade
O CORSÁRIO - CALDRE E FIÃO Análise do Sétimo Quadro Caldre e Fião é o patriarca da literatura gaúcha e um dos fundadores do romance brasileiro. O romance O Corsário foi publicado em 1851 e a ação dos revolucionários farroupilhas serve de tema para o desenvolvimento da narrativa. São apresentados chefes, como o arbitrário e arrogante Bento Gonçalves, como se nota no diálogo com Manoelsinho, em casa de seu pai Matias, que : “_ Meu menino, disse Bento Gonçalves instantaneamente inflamado por um orgulho que lhe era próprio, eu não sou escravo das vontades alheias: a minha espada que cingi desde bem tenros anos... jamais serviu senão em defesa da pátria... Estás enganado quando dizes que a minha ida à corte mudou as minhas disposições patrióticas. ...”, como o Capitão Antunes e Capitão José Gomes, indisposto por Ansão contra Vanzini, isso tudo dentro do quadro histórico da grande revolução republicana e separatista, da qual Caldre e Fião foi contemporâneo, narrando a luta do movimento rebelde, durante a Revolução Farroupilha - 1835/1845, com seus personagens repletos de emoções e descritivas autênticas da paisagem. É bem colocada a traição, de Bento Gonçalves, sentida por Matias e Manoelsinho, ao serem obrigados a deixarem o Brasil, sua Pátria, por desconsideração e arbitrariedade deste, pelo fútil motivo de Matias ter comentado conversas secretas - conspiração - entre Bento Gonçalves e o Capitão José Gomes, o Sétimo Quadro traz bem centrado o personagem mítico que foi o Coronel, como no momento em que o jovem Manoelsinho, clamando seu amor de filho e, tendo como certeza o adeus à Pátria querida, diz e acusa: _”Valente Coronel, foi sem dúvida a vossa ida à corte que vos fez mudar as boas disposições patrióticas que tínheis em outro tempo, como afirmou meu pai.” Bento Gonçalves, resolvido a destruir papéis, que poderiam incriminá-lo, pede a Giacopo, nobre italiano, que lhe dê os mesmos, não antes de tomar consciência que Giacopo lamentava sua proteção à Vanzini. No fervor de uma discussão, Bento Gonçalves promete não mais acobertá-lo, mas em troca quer os papéis que poderiam ser usados contra sua pessoa. No afã de obtê-los promete a Filipe proteção a Matias e não mais perseguir Manoelsinho, com declaração escrita de seu próprio punho, garantindo sua vida e sua fortuna. Manoelsinho, embarcaria para fora do país deixando todos seus bens aos cuidados de Filipe. Queimados os documentos parte Bento Gonçalves e o Capitão Antunes rumo à povoação de S. José do Norte. A província estava toda entregue a Bento Gonçalves. Neste quadro também se desenrola o drama passional entre Maria, donzela pura e Vanzini padronizado como vilão, com forte dose de sentimentalismo, apego ao meio e conceitos predominantes na época, ao lado de uma visão moralista, triunfando os bons e justos em um tempo de ambição e violência. A dedicação à realidade, aos instantes vividos são sentidos nos episódios de O Corsário, escrito com linguagem característica da Região Sul, palco da Revolução Farroupilha, com suas lutas, dissimulações, disputas e divisões internas, seus jogos de interesse contestáveis e ambíguos, descrevendo o drama de uma camada da sociedade rio-grandense, aliada a corsos italianos com seus inevitáveis conflitos e confrontos sociais. Em o Corsário, o General Bento Gonçalves é tido como traidor, sendo apoiado com receio e desconfiança, como se nota bem em: _”Resta, porém saber, Sr. Filipe, disse João Martinho, se podemos acreditar nas promessas de Bento Gonçalves.” Manoelsinho como herói e audacioso, enfrentando Bento Gonçalves, no trecho: _” Foi um grande fim político, o vosso, de desterrardes a meu pai?... Foi sem dúvida o resultado de vossas convicções, dos vossos interesses e dos vosso planos?” Uma narrativa em que demonstra que Deus está sempre presente e clamado, e onde existe a traição e o medo: _"Contra mim! Oh Deos! Quem me livrará de tal homem?! ...”; o exílio:_”Minha pátria! Ohsim! Um eterno adeos à minha pátria...”; o crime e a prisão: _”Disseste-nos que sabíeis que tínhamos sido presos, na ocasião de nosso duelo....”; a desgraça - Maria a donzela; a represália: “_ ... e se ele nos for traidor, bem caro pagará.”; vinganças e mistérios de Deos: ...”Vingar-me de Vanzini!!”... e depois voltar para junto dela, e ser seu filho, ser unicamente seu.”;; o perdão: ”Não, disseram os cavaleiros; não te mataremos!... estás perdoado...”. Analisando a situação passada em casa de Rosa a quem foram levar conforto e carinho e, onde estavam Manoel da Cunha e seus companheiros, exaltados e sedentos por vingança, terminando por perdoarem os feitos que lhes desagradaram. O gaúcho - mitificado como monarca das coxilhas - já pertencia à tradição popular no tempo de Caldre Fião. “O olho da Província avistava de longe as boas ações, e sua justiça caia implacável sobre os maus.” Giuseppe Vanzine, é morto. Matias, contrabandista, perde seus bens. Maria, a donzela, para ser recompensada, casa com Martinho. Bento Gonçalves, pobre, sem nenhum dinheiro, apenas com terras em Camaquã. Bento Gonçalves foi um guerreiro descrito como indigno, por alguns escritores - ensaio de Tau Golin, por exemplo - , mas outros, como Fernando G. Sampaio em Bento Gonçalves: Mito e História, e Cláudio Moreira Bento em - Um guerreiro pintado de vilão - descreve seu perfil histórico, dedicado ao leitor mais atento e a pesquisadores, em que procura oferecer uma melhor compreensão e esclarecimento, com sustentação histórica, desse líder da Revolução Farroupilha e presidente da República Rio Grandense / 1836-1845.



Resumos Relacionados


- A Revolução Farroupilha, Ou A República De Piratini

- Cela De Papel

- Um Certo Capitão Rodrigo

- Dom Casmurro

- Dom Casmurro (resumo)



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia