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Cláudio Manuel da Costa poeta da inconfidencia
(anonimo)

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Vida
Com vinte anos embarcou para Portugal, com destino a Coimbra, em cuja Universidade se formou em cânones. Entre 1753 e 54 recolheu ao Brasil, dando-se à advocacia em Vila Rica (hoje Ouro Preto),
jurista culto e renomado da época, ali exerceu o cargo de procurador da
Coroa, desembargador, também exerceu por duas vezes o importante cargo
de secretário do Governo. Por incumbência da Câmara de Ouro Preto
elaborou "carta topográfica de Vila Rica e seu têrmo" em 1758.

Por sua idade, boa lição clássica, fama de douto e crédito de autor
publicado, exerceu Cláudio da Costa ali uma espécie de magistério entre
os seus confrades em musa, maiores e menores, que todos lhe liam as
suas obras e lhe escutavam os conselhos, era uma das figuras principais
da Capitania.
Aos sessenta anos foi comprometido na chamada Conjuração Mineira.
Preso e, para alguns, apavorado com as conseqüências da tremenda
acusação de réu de inconfidência, morreu em circunstâncias obscuras, em
Vila Rica, no dia 4 de julho de 1789, quando teria se suicidado na prisão.
Os registros da trajetória da vida de Cláudio revelam uma bem
sucedida carreira no campo político, literário e profissional. Foi
secretário de vários governadores, poeta admirado até em Portugal e
advogado dos principais negociantes da capitania no seu tempo. Acumulou
ampla fortuna e sua casa em Vila Rica, era uma das melhores vivendas da
capital. Sólida e suntuosa construção que ainda lá está a desafiar o
tempo.
A memória de Cláudio Manuel da Costa, porém, não teve a mesma sorte.
Até hoje paira sobre ele a suspeita de ter sido um miserável covarde
que traiu os amigos e se suicidou na prisão. Outros negam até a própria
relevância da sua participação na inconfidência mineira, pintando-o
como um simples expectador privilegiado, amigo de Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, freqüentadores assíduos dos saraus que ele promovia.
Cláudio tentou, ele próprio, diminuir a relevância da sua
participação na conspiração, mas estava apenas tentando reduzir o peso
da sua culpa diante dos juizes da devassa. Os clássicos da
historiografia da inconfidência mineira são unânimes em valorizar sua
participação no movimento. Parece que ele era meio descrente com as
chances militares da conspiração. Mas não deixou de influenciar no lado
mais intelectualizado do movimento, especialmente no que diz respeito à
construção do edifico jurídico projetado para a república que
pretendiam implantar em Minas Gerais, no final do século XVIII.
De qualquer modo José Pedro Machado Coelho Torres, juiz nomeado para a Devassa de 1789 em Minas Gerais, dele diz o seguinte: "O
dr. Cláudio Manoel da Costa era o sujeito em casa de quem se tratou de
algumas cousas repeitantes à sublevação, uma das quais foi a respeito
da bandeira e algumas determinações do modo de se reger a República: o
sócio vigário da vila de S. José é quem declara nas perguntas
formalmente"...(Anais da Biblioteca Nacional, 1º vol. pg. 384).

[editar] Morte
Assassinato ou suicídio
O ponto mais crítico da biografia do poeta inconfidente vem a ser a
suspeita do seu suicídio. Sua morte está cercada de detalhes estranhos.
Há mais de duzentos anos que o assunto suscita debates e há argumentos
de peso tanto a favor como contra a tese do suicídio. Os partidários da
crença de que Cláudio Manuel da Costa tenha se suicidado se baseiam no
fato de que ele estava profundamente deprimido na véspera da sua morte.
Isso está estampado no seu próprio depoimento, registrado na
Devassa. Além disso, seu padre confessor, teria confirmando seu estado
depressivo a um frade que trouxe o registro à luz. Os partidários da
tese de que Cláudio tenha sido assassinado, contestam tanto a
autenticidade do depoimento apensado nos autos de devassa, quanto a
honestidade do registro do frade.
Quem acredita na tese do assassinato se baseia em um argumento
principal: o próprio laudo pericial que concluiu pelo suicídio. Pelo
laudo, o indigitado poeta teria se enforcado usando os cadarços do
calção, amarrados numa prateleira, contra a qual ele teria apertado o
lago, forçando com um braço e um joelho. Muitos acreditam ser
impossível alguém conseguir se enforcar em tais circunstâncias.
O historiador Ivo Porto de Menezes relata que ao organizar antigos documentos relativos à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto,
em 1957 ou 1958, encontrou no livro de assentos dos integrantes da
Irmandade de São Miguel e Almas, a anotação da admissão de Cláudio
Manuel e à margem a observação de que havia "sufragado com 30 missas" a
alma do falecido, e "pago tudo pela fazenda real". De igual forma
procedera a Irmandade de Santo Antônio, que lançou em seu livro:
"falecido em julho de 1789. E feitos os sufrágios." Relembra que havia
à época proibição de missas pelos suicidas.
Também Jarbas Sertório de Carvalho, em ensaio publicado na Revista
do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, defende com boa
documentação a tese do assassinato.
Há ainda quem acredite que o próprio governador, Visconde de Barbacena,
esteve envolvido na conspiração e Cláudio teria sido eliminado por
estar disposto a revelar isso. Mas o fato é que somente a tese do
suicídio pôde se lastrear em documentos, ainda que duvidosos quanto a
sua honestidade e veracidade, como bem salientam os adeptos da tese de
assassinato.



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