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A Diferença entre a predestinação e a graça
(Santo Agostinho)

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Abaixo veremos uma das mais belas exposições acerca deste tema, crucial para todos os cristãos. Nas palavras de Santo Agostinho encontramos a defesa de uma posição muito lógica. Vamos a elas:
Entre a graça e a predestinação existe unicamente esta diferença que a predestinação é uma preparação para a graça, e a graça é já a doação efetiva da predestinação.
E assim, o que diz o Apóstolo: "(a salvação) não provém das obras, para que ninguém se vanglorie; pois somos todos obra de Deus, criados no Cristo Jesus para realizar boas obras" [Ef 2,9s] significa a graça; mas o que segue: "as quais Deus de antemão dispôs para caminharmos nelas", significa a predestinação, que não se pode dar sem a presciência, por mais que a presciência possa existir sem a predestinação.
Pela predestinação, Deus teve presciência das coisas que haveria de realizar; por isto; foi dito: "Ele fez o que ia ser" [Is 45 seg. os LXX]. Mas a presciência pode versar também sobre as coisas que Deus não faz, como o pecado - de qualquer espécie que seja. Embora haja pecados que são castigos de outros pecados, conforme foi dito: "entregou-os Deus a uma mentalidade depravada, para que fizessem o que não convinha" [Rm 1,28], não há nisto pecado per parte de Deus, mas justo juízo. Portanto, a predestinação divina, que versa sobre o que é bom, e uma preparação, para graça, como já disse, sendo que a graça é efeito da predestinação. Por isto, quando Deus prometeu a Abraão a fé de muitos povos, dentro de sua descendência, disse: "eu te fiz pai de muitas nações" [Gn 17,4s], e o Apóstolo comenta: "assim é em virtude da fé, para que, por graça, seja a promessa estendida a toda a descendência" [Rm 4,16]: a promessa não se baseia na nossa vontade mas na predestinação.
Deus prometeu, não o que os homens realizam, mas o que Ele mesmo havia de realizar. Se os homens praticam boas obras no que se refere ao culto divino, provém de Deus cumprirem eles o que lhes mandou, não provém deles que Deus cumpra o que prometeu; de outro modo, teria provindo da capacidade humana, e não do poder divino, que se cumprissem as divinas promessas, irias em tal caso os homens teriam dado a Abraão o que Deus lhe prometera! Não foi assim que Abraão creu; ele "creu, dando glória a Deus e convencido de que Deus era poderoso para realizar sua promessa" [Rm 4,21]. O Apóstolo não emprega o verbo "predizer" ou "pré conhecer" (na verdade Deus é poderoso para predizer e pré-conhecer as coisas), mas ele diz: "poderoso para realizar", e portanto, não obras alheias, mas suas.
Pois bem; porventura prometeu Deus a Abraão que em sua descendência haveria as boas obras dos povos, como coisa que Ele realiza, sem prometer também a fé - como se esta fosse obra dos homens? E então Ele teria tido, quanto a essa fé, apenas "presciência"? Não é certamente o que diz o Apóstolo, mas sim que Deus prometeu a Abraão filhos, os quais seguiriam suas pisadas no caminho da fé: isto o afirma claríssimamente.



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