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OSHO: BUDA E O TAPA
(desconhecido)

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Buda estava sentado embaixo de uma árvore falando aos seus discípulos.Um homem se aproximou e deu-lhe um tapa no rosto.Buda esfregou o local e perguntou ao homem:- E agora? O que vai querer dizer?O homem ficou um tanto confuso, porque ele próprio não esperava que,depois de dar um tapa no rosto de alguém, essa pessoa perguntasse: "Eagora?" Ele não passara por essa experiência antes. Ele insultava aspessoas e elas ficavam com raiva e reagiam. Ou, se fossem covardes,sorriam, tentando suborná-lo. Mas Buda não era num uma coisa nemoutra; ele não ficara com raiva nem ofendido, nem tampouco foracovarde. Apenas fora sincero e perguntara: "E agora?" Não houve reaçãoda sua parte.Os discípulos de Buda ficaram com raiva, reagiram. O discípulo maispróximo, Ananda, disse:- Isso foi demais: não podemos tolerar. Buda, guarde os seusensinamentos para o senhor e nós vamos mostrar a este homem que elenão pode fazer o que fez. Ele tem de ser punido por isso. Ou entãotodo mundo vai começar a fazer dessas coisas.- Fique quieto – interveio Buda – Ele não me ofendeu, mas você está meofendendo. Ele é novo, um estranho. E pode ter ouvido alguma coisasobre mim de alguém, pode ter formado uma idéia, uma noção a meurespeito. Ele não bateu em mim; ele bateu nessa noção, nessa idéia ameu respeito; porque ele não me conhece, como ele pode me ofender? Aspessoas devem ter falado alguma coisa a meu respeito, que "aquelehomem é um ateu, um homem perigoso, que tira as pessoas do bomcaminho, um revolucionário, um corruptor". Ele deve ter ouvido algosobre mim e formou um conceito, uma idéia. Ele bateu nessa idéia.Se vocês refletirem profundamente, continuou Buda, ele bateu naprópria mente. Eu não faço parte dela, e vejo que este pobre homem temalguma coisa a dizer, porque essa é uma maneira de dizer alguma coisa:ofender é uma maneira de dizer alguma coisa. Há momentos em que vocêsente que a linguagem é insuficiente: no amor profundo, na raivaextrema, no ódio, na oração.Há momentos de grande intensidade em que a linguagem é impotente;então você precisa fazer alguma coisa. Quando vocês estão apaixonadose beijam ou abraçam a pessoa amada, o que estão fazendo? Estão dizendo algo. Quando vocês estão com raiva, uma raiva intensa, vocês batem napessoa, cospem nela, estão dizendo algo. Eu entendo esse homem. Eledeve ter mais alguma coisa a dizer; por isso pergunto: "E agora?"O homem ficou ainda mais confuso! E buda disse aos seus discípulos:- Estou mais ofendido com vocês porque vocês me conhecem, viveram anoscomigo e ainda reagem.Atordoado, confuso, o homem voltou para casa. Naquela noite nãoconseguiu dormir.Na manhã seguinte, o homem voltou lá e atirou-se aos pés de Buda. Denovo, Buda lhe perguntou:- E agora? Esse seu gesto também é uma maneira de dizer alguma coisaque não pode ser dita com a linguagem. Voltando-se para os discípulos,Buda falou:- Olhe, Ananda, este homem aqui de novo. Ele está dizendo algumacoisa. Este homem é uma pessoa de emoções profundas.O homem olhou para Buda e disse:- Perdoe-me pelo que fiz ontem.- Perdoar? – exclamou Buda. – Mas eu não sou o mesmo homem a quem vocêfez aquilo. O Ganges continua correndo, nunca é o mesmo Ganges denovo. Todo homem é um rio. O homem em quem você bateu não está maisaqui: eu apenas me pareço com ele, mas não sou mais o mesmo; aconteceumuita coisa nestas vinte e quatro horas! O rio correu bastante.Portanto, não posso perdoar você porque não tenho rancor contra você.E você também é outro, continuou Buda. Posso ver que você não é omesmo homem que veio aqui ontem, porque aquele homem estava com raiva;ele estava indignado. Ele me bateu e vocêestá inclinado aos meus pés,tocando os meus pés; como pode ser o mesmo homem? Você não é o mesmohomem; portanto, vamos esquecer tudo. Essas duas pessoas: o homem quebateu e o homem em quem ele bateu não estão mais aqui. Venha cá. Vamosconversar.Osho; Intimidade Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros



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