Resumo de O chamado do mundo - Pedro Prado (1886-1952)

romancista, crítico literário e cronista chileno - Obra poética: Flores de cardo(1908); A casa abandonada(1912); Os pássaros errantes(1915); Outono nas dunas (1940); Esta bela cidade envenenada(1945). Romances: A rainha de Rapa Nui(1914); Alsino (1920). Durante os últimos anos o esquecimento tem acobertado o resplendor literário que antes iluminava a figura de Pedro Prado. É um fenômeno que não compartem seus contemporâneos. Gabriela Mistral, Vicente Huidobro y Pablo Neruda permanecem no lugar mais alto da literatura. O esquecimento de Pedro Prado se deve, em grande parte, ao fato de que a crítica o tenha classificado erroneamente como novelista e sonetista. A conseqüência direta deste enquadramento é que, a cada reavaliação desses gêneros, o autor de “Alsino” e de alguns admiráveis livros de sonetos tenha perdido o seu lugar primordial entre os grandes criadores da literatura chilena. A cronologia esclarece o fenômeno. O sonetista não se revela até 1934, mas Pedro Prado já é um autor consagrado na América Latina. Em 1920, quando a publicação de Alsino o lança em todo o mundo, dentro do Chile era considerado o chefe espiritual da sua geração. Para seus contemporâneos Pedro Prado não foi nem sonetista nem novelista e sim o homem de letras. Assim considerou Pablo Neruda ao ver nele “la cabeza de una extraordinaria generación”. Gabriela Mistral foi mais precisa ainda: “Pedro Prado allá por o año 1914 era o plexo solar de nuestra vida literaria. Hervía entonces de creación.” Mistral e Neruda foram admiradores da precoce produção literária de Prado, a mesma que valorizaram em sua juventude. Porém, com o correr dos anos essa qualidade chegou a ser lamentavelmente ignorada. Na poesia do jovem Pedro Prado, a busca modernista de meios significativos de expressão é constante desde o princípio. Frases de ritmos fluidos, assilábicos, metáforas de extrema delicadeza determinam o lirismo de “Flores de cardo”. A simplicidade lírica de poemas como “Miel de abejas” recorda o tom da arte de Juan Ramón Jiménez, autor com quem Prado comparte a mesma atitude apolínea. Durante a ascensão literária de Pedro Prado (1914-1924) o artista e guia intelectual do grupo de “Los Diez” continua a pesquisar novas técnicas poéticas. Em 1921 o já consagrado autor de “Alsino” escreveu na publicação vanguardista Claridad, com o pseudônimo de “Androvar”. Foi também durante esse período de intensa atividade artística que o autor inventou seu alter-ego literário de Karez-I-Roshan. A busca inicial de formas significativas foi aparentemente alcançada em 1924, com a poesía rimada e medida de “Lemuria”. Prado havia escolhido a forma exigente do alexandrino como medida constante para una extensa parábola teosófica. Na épica esotérica dos legendários nativos da Ilha de Páscoa o poeta tratou de resolver o conflito formal entre inovação e renovação, encerrando a insólita imaginação onírica numa linha silábica tradicional. A conceituação dos alexandrinos parece pressagiar a quase exclusiva dedicação posterior do poeta à forma refinada do soneto. Em 1927 Pedro Prado interrompe sua tarefa poética abandonando a literatura para servir ao país como embaixador na Colômbia. O último poema que publica então fica como um testemunho eloqüente de sua constante luta por encontrar a modulação perfeita da palavra poética. “O canto virgen; o canto de palabras abiertas; palabras heridas y sangrantes; palabras hechas madres de ideas, de atisbos, de astrales conjunciones! Palabras em impulso, desbordándose! O canto ubérrimo que lanza los viejos ceñidores por o aire, y ofrece la desnudez triunfante. O canto virgen que monda las palabras, y arroja las ásperas cortezas, y em la húmeda pulpa toda la humana sed y todo o hambre, sacia!” Fonte: Pedro Prado “El llamado del mundo”–Editorial Universitaria S/A 1971

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