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O Balcão
(Jean Genet)

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O Balcão é uma peça de teatro dividida em nove quadros, escrita em 1956 pelo francês Jean Genet (1910-1986). Não pretendo aqui realizar nenhum tipo de critica formal sobre a peça, não sou apto a isso, mas apenas descrever algumas impressões e pensamentos que este texto causou em mim. Digo texto porque nunca vi a peça montada, apenas a li, e penso que isso é muito importante ressaltar, já que uma peça de teatro, normalmente, é escrita para ser encenada. Infelizmente nunca a vi, resta-me então descrever o que pude sentir e pensar do e pelo texto. O Balcão é, antes de tudo, cruel. Em um prostíbulo, ou casa de ilusões, homens são o que não são, fantasias tornam-se realidade e pessoas amarguradas vivem por alguns instantes uma vida que jamais terão. Enquanto isso se passa dentro do prostíbulo, lá fora acontece uma revolução... mas a casa de sonhos não pode parar e não pára, apenas preocupa-se com o desenrolar dos acontecimentos. Para as instituições já fixadas, manter a ordem é sempre necessário.Mas não venho aqui contar o enredo da estória e sim minhas impressões e pensamentos. A peça parece ter sido escrita para o século XXI. Não se sabe, tanto na peça quanto na vida, o que afinal chamamos de real. Pessoas representam papéis o tempo todo, isso por si só não me parece constituir um problema, mas quando se começa a acreditar que se é isso ou aquilo... aí está o problema. Covardes saem pelas ruas com roupas de guerreiros e acreditam ser Hércules ou Aquiles. Tolos escrevem um monte de asneiras pornogáficas e sentem-se lisonjeados se alguém os chama de Bukowski. Pernas de pau vestem a camisa dez e têm certeza que são melhores que Pelé. Como no texto, hoje parece que não existem mais homens, apenas reflexos infinitos em infinitos espelhos. De dia, terno e gravata e cabeça erguida, o mundo é meu. De noite, apenas mais um bebê chorando sozinho o medo de um quarto escuro. E prostitutas são rainhas, mendigos são escravos, carrascos são covardes, bombeiros são o chefe de polícia... A revolução já é ordem. Mas a revolução existiu, a rainha existiu, as mortes foram verdadeiras? Ou tudo não passou de mais uma grande encenação na casa de ilusões? Mas afinal o que é real? Tira-se todos os papéis que os homens representam e que lhes restará? Muitos dirão que nada, eu prefiro acreditar que deste fato pode nascer um homem que seja somente isto: um homem.E tudo isso são apenas as minhas impressões e os meus pensamentos. Leia a peça, vá ao teatro, pense. Vale a pena.Eduardo Martinhão Ignácio.



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