A Cegueira 
(José Saramago)
  
A cegueira branca é uma alegoria sobre a falta de visão social e política diante da realidade que nos circunda. Os índividuos, alienados, encontram-se afastados do mundo.              Diante da insegurança e das incertezas, cegam-se. Já éramos cegos no momento em que cegamos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos.              E sob o medo e a nedessidade que os cegos internados se submetem ao grupo que passa a controlar a comida.               Os cegos parecem preferir a prisão `liberdade- desde que tenham a "segurança" de que continuaram a viver. Bem vistas as coisas, nem se está mal todo. Desde que a comida não venha a faltar, sem ela não se pode viver.                Nesta altura ainda há a perspectiva de que a cegueira não se generalezará, ou seja, há a ilusão de que o governo cuida deles. E se os governantes e todos que sustentam o aparato administrativo burocrático cegarem? Metaforicamente temos aqui a expressão da dependência dos governados, sem que lhes passe pela cabeça de que eles podem governar-se. E terão que fazer quando a situação exigir. Poucos vêem e muitos dos que vêem fecham os olhos e tentam apaziguar a sua consciência.                Por que foi que cegamos? Não sei. Talvez um dia se chegue a conhecer a razão. Queres que te diga o que penso. Diz, penso que não cegamos, penso que estamos cegos que, vendo, não vêem. E que quando verem terão atingido a lucidez. Então, a cegueira mostrará a sua verdadeira face. 
 
  
 
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