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pequena axxiomatica estetica 4 (cont)
(aulas uc)

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Uma parte substancial da tradição filosófica moderna partiu da vida emocional para determinar o elemento definidor, a marca, da experiência estética relativa à obra de arte como portadora do Belo artístico ou ao Belo natural. Esse elemento seria o “sentimento do agradável”. No caso de Baumgarten a metafísica da perfeição da escola de Wolff serviu de fio unificador do que no sujeito da experiência sensível se dava como sentimento do agradável ou o ideal do “felix aestheticus”, a harmonia da natureza realizadora de um certo grau da perfeição nos seres finitos e a poesia como “oratio sensitiva perfecta”. É esta herança do sensualismo e emotivismo estético com que Kant se vai confrontar. Os desenvolvimentos de toda a Parte I da Analítica do Belo da Crítica da Faculdade de Julgar de Kant põem à prova a consistência interna dos argumentos que estabelecem uma conexão entre duas definições do Belo. A primeira que ocorre no fim do § 5 e que diz “O gosto é a faculdade de julgar de um objecto ou de um modo de representação, sem qualquer interesse, por uma satisfação ou insatisfação. Chama-se belo ao objecto de uma tal satisfação”. A segunda definição que transforma esta e que ocorre no final do § 9, onde se lê: “É Belo o que agrada universalmente sem conceito”. A obra de Kant revela a dificuldade teórica de sustentar um conceito de Belo desde uma orientação subjectiva do juízo de gosto, cujas bases se devem poder encontrar na vida emocional do sujeito, no “sentimento interno do prazer e da dor”, mas que “agrada universalmente”. É o próprio Kant que considera que o critério de gosto está imerso numa possível relação contraditória que é aquela que se situa entre a aceitação do carácter sempre individual do sentimento de prazer e de dor e a exigência de universalidade de um critério do gosto estético. Para resolver esta dificuldade o § 9 serve-se de um desvio que leva desde o plano emocional para o domínio formal da relação entre qualquer emoção ligada ao sentimento interno do prazer e da dor e as representações. Assim, aquilo que é verdadeiramente comunicado no juízo de gosto não é o carácter privado do sentimento interno do agradável, mas sim um esquema, o qual tem de estar sempre presente em qualquer representação associada a um juízo estético. Neste especial “estado de espírito” o que é o “gosto” não é a orientação empírica para o objecto, mas apenas o “livre jogo das faculdades” que deve poder ser comunicado universalmente para que um juízo de gosto, em geral, possa ter lugar. É o fundamento do prazer estético, a possibilidade ou a condição do agradável e não o agradável em si, ou o seu conteúdo empírico associado à representação da matéria do objecto, que deve estar disponível para a comunicação. Esta formulação remete, naturalmente, para o modo como Kant pretende ter dado resposta à questão de saber como são possíveis os juízos estéticos como juízos sintéticos a priori. Mas com isto Kant sugere uma alteração essencial. Aquela que se prende com a própria natureza do prazer estético, que assim deixa de ser um elemento empírico, o prazer ligado à representação da matéria do objecto, mas uma forma emocional diferente, que resulta da “finalidade sem fim” do livre jogo das faculdades. Kant é levado, então, a afastar, por fim, a própria emoção das condições de doação do objecto estético. O juízo de gosto, continua o § 14, “não tem como princípio determinante nem a atracção, nem a emoção, nem numa só palavra qualquer sensação como matéria do juízo estético”. Se a vida emocional aparece desta forma ligada (como condição universal) ao gosto e ao mesmo tempo desligada do gosto (na forma de prazer individual associado à matéria dos fenómenos) é porque Kant descobre como único fundamento possível da experiência estética comunicável o observador e uma determinada forma geral da observação estética de obras de arte.



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