Resumo de A Manutenção Industrial e a Contabilidade / Gestão Estratégica da Manutenção

A Manutenção Industrial e a Contabilidade / Gestão Estratégica da Manutenção.

Segundo a ABNT- TB116 ou Associação Brasileira de Normas Técnicas (Branco;1996), manutenção diz respeito a todas as ações necessárias para que um item seja conservado de modo a permanecer de acordo com uma condição especificada.
Para SOURIS (1992): “a gestão de manutenção consiste em fazer funcionar a empresa com um custo otimizado”; HENDRIKSEN (1982) por sua vez, diz o seguinte: “o termo manutenção geralmente se refere à atividade usual de manter os ativos em condições eficientes de operação”.
Ainda KOHLER em sua obra Dictionary for Accountants define manutenção e reparos da seguinte forma:
“Manutenção: Manter a propriedade em eficientes condições de operação; também, a despesa de manter a propriedade. Exemplo: operações recorrentes envolvendo limpeza, lubrificação, reparos e ajustes dos maquinários. Custos da manutenção incluem gastos para: limpeza, lubrificação, e calibração, envolvendo mão de obra e suprimentos; a reposição de qualquer parte que constitui menos que a substituição do bem todo; maiores revisões de itens os quais podem envolver elementos de primeira ou segunda classe. Reparo: 1. A restauração ao ativo fixo sua plena capacidade após quebra, acidente ou uso prolongado, sem aumentar sua vida útil previamente estimada ou capacidade. 2. Os encargos operacionais representando os custos de tais restaurações” (KOHLER; 1957).
Na concepção de VERRI:
“é evidente que nas muitas atividades não ligadas à
manutenção, o desconhecimento dessas atividade levam as pessoas à subestimarem sua importância no processo industrial. Acrescenta ainda que poucos conseguem entender o quanto a manutenção está pesadamente envolvida com o processo de manufatura e destaca que os gastos de manutenção em algumas empresas giram entre 2 e 8% do faturamento” (VERRI; 1995).

Arueti ( 1989) destaca pesquisa onde os custos da manutenção em empresas industriais se situam entre 15 e 30% dos custos das vendas, ressalta ainda que uma correta prática de manutenção pode acarretar melhorias por: 1- minimizar perdas decorrentes do processo de produção; 2- reduzir paradas não programadas de operação e reduzir tempos de reparo.

MARRIOT (1996) menciona que diversas grandes empresas, incluindo Alcoa, possuem custos diretos e indiretos de manutenção por volta de muitos milhões de dólares, ressalta ainda que os custos das produções perdidas causadas por uma manutenção pobre ou ineficaz chega a superar os lucros anuais.

A ausência de uma atividade eficiente de manutenção pode acarretar prejuízos para as empresas. Nas empresas industriais é prática corrente a medição do rendimento e performance dos equipamentos industriais. Indicadores de rendimento e performance são influenciados negativa ou positivamente pela manutenção industrial.
Tipos de Gastos com a Manutenção Industrial

A manutenção industrial pode ser dividida em, pelo menos, dois grupos: (1) manutenção preventiva e preditiva; e (2) manutenção corretiva.

Poucos sistemas contábeis identificam os tipos de gastos com manutenção. Uma contribuição a ser considerada para efeito de análise, gerenciamento e tomada de decisão seria reportar os custos da manutenção por modalidade de forma integrada com o sistema de informações gerenciais sob coordenação da controladoria.
É de se esperar que as empresas que despendem mais recursos em manutenção preventiva e preditiva em relação à corretiva tenham melhores indicadores de desempenho na manutenção industrial, do que as que despendem mais em manutenção corretiva. Todavia isso pode não ser uma verdade absoluta, logo uma metodologia adequada de medição dos custos da manutenção industrial, separando-os em preventivos/preditivos e corretivos, de forma relacionada com diversos outros indicadores de desempenho, poderia propiciar uma idéia adequada da correlação entre a participação do volume percentual de manutenção preventiva/preditiva e do comportamento dos diversos indicadores.
Duas empresas iguais podem obter gastos com manutenção semelhantes, porém com distribuição diferente entre corretiva e preventiva/preditiva e, bem como obterem indicadores de performance muito diferentes. Por exemplo: supondo que uma determinada empresa, praticamente, não efetue manutenção preventiva, gastando 100% de seus gastos com manutenção corretiva, e outra empresa similar que despenda 50% com manutenção preventiva e preditiva e 50% com corretiva.
Em termos de gastos com manutenção industrial as duas empresas estariam em situação de igualdade, todavia, isso não seria suficiente para avaliar a eficácia da gestão de manutenção de cada empresa, na realidade seria no mínimo necessário analisar os custos da manutenção identificados por tipo (corretiva, preventiva/preditiva), comparativamente a outros indicadores de performance, indicadores como trabalhos pendentes e disponibilidade, dentre outros, que precisariam ser analisados de maneira comparativa nas duas empresas.
NAKAGAWA destaca:

“Tendo caracterizado a Contabilidade como um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, que permitam fazer inferências sobre tendências futuras, ou seja, tomar decisões, segue-se que são relevantes para as necessidades dos usuários específicos ou gerais à escolha dos objetos e as atividades ou os eventos e seus atributos” (NAKAGAWA; 1995).

A manutenção está diretamente associada aos diversos indicadores de produtividade e suas tendências futuras, assim, uma visão de melhoria contínua, custo benefício e metas de médio e longo prazo deveriam fazer partes da gestão estratégica da manutenção.

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