Resumo de As principais funções dos geossintéticos: 2ª Parte – As geogrelhas.

As principais funções dos geossintéticos: Parte II – As geogrelhas.

O material revolucionário que eliminou a problemática da resistência à tração dos solos em obras geotécnicas.

As geogrelhas constituem em materiais poliméricos dispostos em grelhas orientadas, cuja constituição química está formada, na maioria das vezes, por polietileno de alta densidade ou prolipopileno. As estruturas moleculares destes polímeros são as mesmas encontradas nas denominações cientificas dos alcenos. Para o polietileno, temos a cadeia formada por vários elementos etenos ou etilenos (C2H4)n (poli = vários, muitos) e, para o polipropileno, temos sua composição formada por vários propenos ou propilenos (C3H6)n.

São as inúmeras aplicações em que as geogrelhas são utilizadas nas obras de engenharia, dentre as quais podem-se citar: reforço de camadas dos pavimentos rodoviários e ferroviários, reforço de aterros em barragens e de muros de solo reforçado, como reconstrução de taludes rompidos, como elementos de tração em muros de gabião, como reforço em encontros de pontes e viadutos, como reforço em aterros sobre solos moles, em reforços de velhas camadas de asfalto, como reforço em fundações rasas, como geocompostos em conjuntos com outros tipos de geossintéticos, etc. Paulatinamente, este produto vem se tornando mais popular, devido à sua eficiência na engenharia de solos, aliado à preços mais acessíveis e maior familiarização das metodologias de dimensionamento em projetos geotécnicos.

O principio de funcionamento deste material consiste em uma grelha polimérica onde é inserida em várias camadas de solo. Suas grandes aberturas permitem o imbricamento (arranjo entre os grãos com certa compacidade relativa nas aberturas das grelhas) entre as partículas granulares, onde é gerada a resistência à tração na interface solo-geossintético, quando a estrutura é solicitada por forças que tracionam o mesmo. Quando dimensionada e instalada corretamente, estas geogrelhas podem oferecer resistências extraordinárias em solos fracos e de difícil preparação, ditos inúteis em obras de engenharia geotécnica que sofrem consideráveis esforços de tração.

Atualmente, no mercado de geossintéticos, existe uma grande variedade de geogrelhas as quais são classificadas em função da sua geometria e distribuição das nervuras, além da sua resistência à tração confinada e não confinada, esta última apenas como caracterização do material. É necessário ter conhecimento dos diversos tipos de geogrelhas disponíveis no mercado para que se possa realizar um bom projeto e, consequentemente, uma boa obra geotécnica. Ensaios de caracterização que traduz fidedignamente as características de resistência dos materiais que irão interagir com tais sintéticos são indispensáveis para se ter um bom conhecimento do funcionamento do sistema solo-geogrelha.

Portanto, é necessário enfatizar a necessidade de uso das geogrelhas em obras geotécnicas que necessitam de elementos que venham oferecer e/ou gerar esforços de tração nas estruturas geotécnicas usadas nas diversas obras de engenharia. A sua utilização vem crescendo em nosso pais, no mundo inteiro em geral, em função do aumento da sua popularidade e da acessibilidade financeira advinda das empresas detentoras da sua fabricação e comercialização. Usar geogrelhas em obras de reforço de solos já não é mais um “glamour geotécnico” no Brasil, e sim uma realidade necessária.

SANTOS, MF é Doutor em Engenharia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) além de possuir Máster em Gestão Qualidade das Construções pela Universidade Salvador (UNIFACS).

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