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O Batalhão das Letras
(Mário Quintana)

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Esta obra de Quintana é uma espécie de cartilha poética para apresentar cada uma das letras do alfabeto para o público infantil.

A idéia de cartilha para ensinar o alfabeto nos levou ao seguinte questionamento:
O texto poético do Batalhão das Letras pode ser um instrumento formador sem ser pedagógico?

Nesse intuito, sentimos a necessidade de conceituar e conhecer a origem da literatura infanto-juvenil e a poesia, antes de iniciarmos a análise propriamente da obra, e esta considerando, sons, ritmos e imagens como representação do mundo infantil.
É somente no fim do século XVIII e início do século XIX, com a consolidação da Burguesia como classe social que ocorre a ascensão da literatura Infantil que vem a contribuir para a preparação de uma elite cultural e também mantenedora da ideologia vigente.
Como efeito, ela dá conta de uma tarefa a que está voltada a cultura – a de conhecimento do mundo e do ser. Isto vai formular uma relação desigual entre autor-adulto e leitor-criança, com menor conhecimento do mundo.

Mário Quintana ao criar uma “cartilha” na publicação O Batalhão das Letras, apresentando o alfabeto e propondo à criança fazer com as palavras o que esperam dela, ou seja, aprenda a ler e escrever, e nada melhor que a poesia, pois conforme Bettelheim (1984, p.49) "as descobertas da criança através da linguagem poética terão como conseqüência a sua motivação interna para leitura, pois ela percebe que através do ato de ler é possível compreender a si própria e ao mundo".


Esse jogo das palavras encontrado na poesia também está presente na própria criança, pois nas brincadeiras de pular corda há um ritmo, uma cadência, as combinações nos jogos de cartas e dominó, caracterizando a linguagem poética em algo típico da criança e que a percepção infantil e a poesia convergem.

A cada nova letra do alfabeto apresentada, elementos do universo infantil, significativo para aproximação do leitor criança, como os brinquedos dos versos do B, bola e bilboquê; elementos da natureza como flor, formiga nos versos da letra F e borboletas, cachorro, jacaré, passarinhos.
Na época do lançamento do Batalhão dos Livros, algumas escolas de Porto Alegre, chegaram a proibir o livro por mencionar a palavra "xixi"
Assim, Quintana integra várias áreas do conhecimento sob um ângulo poético, promovendo, dessa forma a imaginação e a criatividade da criança através do incentivo ao gosto de brincar com a palavra e expressar-se oralmente.
Como vimos anteriormente, a literatura infanto-juvenil, a princípio vista como literatura pedagógica, explica a abordagem proposta das letras do alfabeto por Mário Quintana. Contudo, mesmo com o propósito de ensinar, a obra do poeta se difere dos textos pedagógicos comuns, muitas vezes moralizantes e com pouca graça. Ritmo, construção de imagens, irreverência e humor são características do Batalhão da Letras que seduzem e estimulam a criatividade de leitores de todas as idades.

Quintana respeita seu leitor-criança, lhe oferece liberdade de compreensão e imaginação. E a linguagem poética do Batalhão das Leras cria uma identificação com a criança, que a conduz a compreender seus sentimentos, pois, ela é muito desordenada interiormente, como também, ajuda a desenvolver a linguagem.

Portanto, ao nosso questionamento inicial, podemos afirmar que o Batalhão das Letras sem ter a missão pedagógica, cumpre com sua função formadora de conhecimento do mundo e do ser, que é o propósito de toda obra cultural.



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