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Eletromagnetismo
(Paulo Fernando da Silva Cotta)

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Em decorrência dos sucessos obtidos pelos cientistas precontemporâneos, e dentro do clima de euforismo positivista que imperava na segunda metade do século passado, o homem chegou a acreditar visualizar a pedra filosofal. Tudo indicava que o derradeiro passo, em ciência, estava prestes a ser dado. Ciência e verdade pareciam imiscuírem-se e confundirem-se em tamanha extensão que o cientista de então julgou-se liberto dos cânones filosóficos, passando a pregar uma "ciência com bases puramente científicas". Tal euforia não durou mais do que uma geração. Veio então a crise, o terremoto, o caos. E foi neste contexto que se formaram os maiores físicos do nosso século: redescobriram a filosofia, reestruturaram a lógica, e remodelaram a ciência. ////////Das ruínas emergiram duas grandes teorias: a relatividade e a física quântica. E se, por um lado, tais teorias anulavam o eletromagnetismo de Maxwell, por outro, e paradoxalmente, davam-lhe consistência. Com efeito, e por mais que se diga o contrário, a física clássica não morreu; e a pretensa revolução, se é que houve, ainda não se consolidou, conforme pode-se deduzir dos currículos das escolas de física e dos pareceres emitidos, nas últimas décadas, pelos mais eminentes físicos da atualidade. Aliás, dentre os seus criadores, incluindo os mais pragmáticos e conformistas defensores da completeza da física moderna, não houve um que ignorasse essa realidade. Heisenberg, por exemplo, assim se referiu ao tema: " Embora a física clássica seja o fundamento "a priori" da física atômica e da teoria quântica, ela não é correta em tudo. " (1). ////////Os construtores da física moderna nem sempre trilharam caminhos paralelos. Freqüentemente se desentenderam, degladiaram-se mesmo, como soe acontecer nos períodos áureos de desenvolvimento científico. Desde então, e até hoje, persiste uma amigável dissensão que, uma vez solucionada, entrará para a história como um episódio de raro esplendor, a revelar o elevado grau de maturidade científica de seus participantes. O difícil, a meu ver, será a tarefa, destinada aos historiadores, de classificar as correntes científico-ideológicas que polarizaram a física do século XX. Rótulos não faltaram: idealistas, materialistas, neopositivistas, pragmáticos, existencialistas, realistas, racionalistas, etc. Não obstante, sempre foi possível identificar tão somente duas importantes correntes de pensamento, ainda que dinâmicas, ou seja, evolutivas, e ainda que cada uma comportasse, respeitados os paradigmas que as caracterizavam, divergências internas. Sem demérito aos demais e, no sentido de simplificar, podemos rotular tais correntes como: os que pensam(avam) em consonância com Einstein e os que pensam(avam) em consonância com Bohr. ////////Dirá o leitor, e com razão, que estou fugindo do tema; e que as querelas entre Einstein e Bohr já foram por demais comentadas, pouco havendo a acrescentar. É verdade. Mas há um aspecto sobre o assunto que me chamou a atenção (2) e que gostaria, aqui, de insistir: muitos procuraram verificar onde Einstein ou Bohr erraram; poucos procuraram verificar onde ambos acertaram. Por outro lado, e para justificar minha fuga ao tema, direi o que não é surpresa para o leitor: a física moderna firmou suas bases sobre o eletromagnetismo de Maxwell. Também não é surpresa para o leitor que a física moderna leva a previsões corretas, o que, de maneira alguma, justifica a atitude pragmática que, conforme apontou Selleri (3), leva-nos ao seguinte absurdo: "Se uma idéia ou uma teoria funciona e promove o êxito, é boa, isto é, é verdadeira." Mas, se o eletromagnetismo clássico levou-nos a teorias que funcionam, uma teoria que oponha-se ao eletromagnetismo clássico deverá, para ser coerente, conter os princípios que geraram estes sucessos, mesmo que nos aponte para uma direção diametralmente oposta. E, com efeito, chegamos, em outros capítulos, a um sistema de equações que, à primeira vista, eà luz da realidade física, denotam um certo grau de incompatibilidade; incompatibilidade esta que se desfaz através de um raciocínio que, embora estranho ao que nos acostumamos chamar por física clássica, apóia-se na lógica clássica. E mais do que isso: leva-nos a enxergar como clássicos determinados efeitos aparentemente não clássicos. Daí a razão da fuga.



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