Resumo de Devaneios Dominicais

Devaneios DominicaisPensei
em escrever sobre o show do U2 em São Paulo – ou, mais precisamente,
sobre a palhaçada que tem sido a venda de ingressos para o
concerto-vip. Poderia – isso sempre é possível – escrever sobre
SuperLula, que teima em continuar nos alimentando de excelente material
para deboche (ótimo que agora não sejamos mais acusados de
preconceituosos ao criticar o "homem do povo". Descobriu-se que não era
preconceito: o sujeito é, de fato, uma anta). Mas como deixar escapar a
chance de voltar ao bom e velho Bento XVI?\u003cbr\>Essa semana, nosso\ndigníssimo Papa-ex-integrante-da-juventude\u003cWBR\>-nazista resolveu presentear\no mundo com sua primeira encíclica. Deve ter se dedicado à labuta de\nescrever o texto em um domingo qualquer, quando as lojas da Prada –\ncujos sapatos ele não dispensa – estão fechadas. E o Papa-que-usa-Prada\n(para quem não sabe, o mais singelo sapato da grife não custa menos do\nque R$ 1.000,00) disse ao mundo que Deus é caridade, Deus é amor.\nIncrível. João Paulo II pelo menos foi mais original em sua primeira\nencíclica e desceu o pau no comunismo. Mas o Papa-Prada parece guardar\na originalidade para ser usada nos calçados que compra e saiu falando\nde amor.\u003cbr\>\u003cbr\>Pois bem. Se Deus é amor, onde estava Ele quando a\nIgreja Católica fechou os olhos à escravidão? Onde estava Deus quando\nmulheres que tinham opinião eram queimadas em praça pública? Quando o\nnazismo não foi combatido pelos cristãos? Onde está Deus agora, quando\nmilhares de crianças morrem de fome na África enquanto o Papa Prada faz\ncompras em Milão? Onde está Deus enquanto a AIDS varre almas em países\nmiseráveis graças a proibição clerical de se distribuir camisinhas e\neducação sexual? Deus foi tomar um café? Deixou o vaticano às moscas –\nou, mais exatamente, aos cuidados dos elegantes e patuscos sacerdotes\nda Igreja Católica?\u003cbr\>\u003cbr\>Como disse Einstein, apenas a não existência\nde Deus poderia desculpá-lo de tanta miséria no mundo, que, segundo a\ncrença evolucionistas, Ele criou (em seis dias, olha que ritmo\nalucinante) e coordena com mãos-de-ferro. Quanta ironia. Quanta\ncontradição. Quanta falta de inquietude. Se Deus é esse cara\nintervencionista e carrancudo que nos controla pela imposição do medo e\nda culpa como pode ser Ele, também, o amor? E, sendo Ele esse\ncontrolador, como pode deixar que seus filhos morram agonizando de fome\ne doenças para as quais já existe cura e controle?\u003cbr\>\u003cbr\>Mas essa\nbronca com o divino só vale, claro, para quem acredita que Deus é esse\ncara intervencionista, capaz de punir com a fúria do capeta aqueles que\nnão seguem sua cartilha de valores morais. Já para os que, como Platão,\nacham que Deus nada tem de intervencionista e se revela na harmonia das\ncoisas da natureza – no pôr-do-sol, na plantas, nos homens, no amor, no\nsexo – não há por que desculpá-lo.",1]
);

//Essa semana, nosso
digníssimo Papa-ex-integrante-da-juventude-nazista resolveu presentear
o mundo com sua primeira encíclica. Deve ter se dedicado à labuta de
escrever o texto em um domingo qualquer, quando as lojas da Prada –
cujos sapatos ele não dispensa – estão fechadas. E o Papa-que-usa-Prada
(para quem não sabe, o mais singelo sapato da grife não custa menos do
que R$ 1.000,00) disse ao mundo que Deus é caridade, Deus é amor.
Incrível. João Paulo II pelo menos foi mais original em sua primeira
encíclica e desceu o pau no comunismo. Mas o Papa-Prada parece guardar
a originalidade para ser usada nos calçados que compra e saiu falando
de amor.Pois bem. Se Deus é amor, onde estava Ele quando a
Igreja Católica fechou os olhos à escravidão? Onde estava Deus quando
mulheres que tinham opinião eram queimadas em praça pública? Quando o
nazismo não foi combatido pelos cristãos? Onde está Deus agora, quando
milhares de crianças morrem de fome na África enquanto o Papa Prada faz
compras em Milão? Onde está Deus enquanto a AIDS varre almas em países
miseráveis graças a proibição clerical de se distribuir camisinhas e
educação sexual? Deus foi tomar um café? Deixou o vaticano às moscas –
ou, mais exatamente, aos cuidados dos elegantes e patuscos sacerdotes
da Igreja Católica?

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