ANATOMIA DA EPILEPSIA-cont.
(Revista-Viver Mente e Cérebro)
Continuando nosso estudo sobre a epilepsia, temos os seguintes dados: a influência genética explica ceca de 40% dos casos e pode ocorrer de diversas maneiras. As síndromes epiléticas mais freqüentes seguem um padrão multifatorial. Vários tipos de epilepsia apresentam um componente genético: as associadas a síndromes resultantes de anomalias cromossômicas, as que se enquadram na classificação de síndromes complexas e as epilepsias idiopáticas verdadeiras, monogênicas ou, freqüentemente, poligênicas. A doença pode ser transmitida por herança autossômica dominante ou recessiva. Há ainda formas hereditárias raras de epilepsia generalizadas ou parciais, transmitidas de modo mendeliano.
Os fatores perinatais que podem causar a epilepsia são múltiplos. Em caso de lesões cerebrais graves, as crises se expressam precocemente; quando são menos extensas, a epilepsia pode surgir apenas na idade adulta. Entre as causas pré-natais, predominam as anomalias do desenvolvimento do córtex cerebral e, entre as perinatais, as lesões de origem vascular e as infecções no sistema nervoso central.
O excesso do consumo de bebida alcoólica representa um fator clássico de crise nos pacientes epiléticos. O álcool etílico pode determinar crise em três situações: consumo excessivo ocasional; abstinência alcoólica em pessoa com intoxicação crônica; epilepsia alcoólica propriamente dita, na qual alcoolistas apresentam crises recorrentes. Nos dependentes químicos, o consumo de cocaína, anfetamina ou fenciclidina pode induzir a crises convulsivas.
As crises epiléticas são caracterizadas por manifestações paroxísticas motoras, sensitivas, sensoriais ou psíquicas, acompanhadas ou não por perda da consciência, e originadas por descarga elétrica anormal, excessiva e hipersincrônica de uma determinada população neuronal do córtex cerebral. Atualmente é possível definir a epilepsia como a repetição de crises epiléticas espontâneas.
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