O Capital em Pierre Bourdieu: para além da visão economicista
(Pablo Silva Machado Bispo dos Santos)
A noção de capital se tornou célebre com a teoria marxista. Até hoje muitas das análises em sociologia tem como referência a noção de capital cunhada por Karl Marx, porém o poder explicativo desta noção (se é que era tão grande já em seu início) não serve para compreender muitos fenõmenos sociais. Com vistas a resolver este problema teórico, Bourdieu amplia a noção de capital e faz assim com que possamos compreender trocas simbólicas ocorridas em outros campos, guardando algum tipo de analogia com a economia, na medida em que o capital é definido de forma genérica como um recurso (estrutura estruturante) que rende lucros para quem o possúi.Para Bourdieu existem diversos tipos de capital (cultural, econômico, simbólico...) e estes tipos de capital tem um valor maior a partir do campo a que esteja referido. Por exemplo, quando falamos das relações entre os indivíduos do campo econômico e das disputas ocorridas no mundo dos negócios, o capital econômico obtém prevalência nas estratégias de distinção e nas disputas entre estruturas e agentes. Em um campo dominado pelas leis da transmissão cultural (como o campo literário ou o campo acadêmico), no entanto, o campital econômico não possui a mesma prevalência do capital relativo à illusio deste campo (o capital cultural).Deste modo, podemos entender de maneira mais direta o modo como os sujeitos se relacionam com o mundo social (e mais particularmente com os campos em que transitam). Para maiores informações sobre isto, ver meu artigo intitulado: "Pierre Bourdieu e O Mundo Social em três dimensões".
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