BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Sobre a Prisão. In: Microfísica do Poder
(Michel Foucault)

Publicidade
SOBRE A PRISÃO – MICHEL FOUCAULT

Segundo Foucault, para se estudar a prisão, deve-se analisar , não apenas os discursos sobre esta, mas também, os discursos emanados desta (decisões, regulamentos que são elementos constituintes da prisão, funcionamento da prisão, discursos etc.). Para Foucault, um ponto marcante na história da repressão foi a passagem do método de punição para o de vigilância. Foi este o momento em que se percebeu ser mais eficaz vigiar do que punir, isso, devido a um “novo tipo” de poder. Segundo o filósofo, a prisão esteve, desde sua origem, ligada a um projeto de transformação dos indivíduos. Porém, a partir do momento em que a prisão se constituiu sob a forma de vigilância, secretou seu próprio alimento: a deliquência. Em sua concepção primitiva, o trabalho penal não é o aprendizado deste ou daquele ofício, mas o aprendizado da própria virtude do trabalho. Posteriormente, a partir dos anos 1835-1840, tornou-se claro que não se procurava reeducar os deliquentes, torna-los virtuosos, mas sim agrupa-los num meio bem definido, rotulado, que pudesse ser uma arma com fins econômicos ou políticos. A Sociedade Industrial exige que a riqueza esteja nas mãos de quem produz, por isso dever-se-ia encontrar uma maneira de proteger esta riqueza: uma “moral rigorosa”. Alguns criminosos eram tolerados pela população. Mas a grande intolerância da população com relação ao deliquente, que a moral e a política do século XIX haviam tentado instaurar, está se desintegrando. Aceitam-se cada vez mais certas formas de ilegalismos, de irregularidades. Foucault distingue duas espécies de deliquências: a que acaba na polícia e a que se dilui na estética (heroificação do crime), como o caso de Vidocq e Lacenaire. Segundo Foucault, o que torna a presença e o controle policial tolerável pela população é o medo do deliquente. Sem deliquência, não há necessidade da polícia. Assim, aceitamos entre nós esta gente de uniforme, armada, enquanto nós não temos o direito de o estar, que nos pede documentos, que vem rondar as nossas portas. Foucault lembra que; de uma maneira geral, os mecanismos de poder nunca foram muito estudados na história. Estudaram-se as pessoas que detiveram o poder. Um assunto que foi ainda menos estudado é a relação entre o poder e o saber, as incidências de um sobre o outro. Admite-se, e isto é uma tradição do humanismo, que a partir do momento em que se atinge o poder, deixa-se de saber: o poder enlouquece, os que governam são cegos. E somente aqueles que estão à distância do poder, que não estão em nada ligados à tirania, fechados em suas estufas, em seus quartos, em suas meditações, podem descobrir a verdade.



Resumos Relacionados


- Michel Foucault: Principais Idéias

- Vigiar E Punir

- "as Formas De Controle".corpos Dóceis. In:vigiar E Punir:história Da Violência Nas Prisões

- "as Técnicas Disciplinares". Corpos Dóceis. In: Vigiar E Punir: A História Da Violência Nas Prisões

- Michel Foucault



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia