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O aprendiz (parte II)
(Rodriguez)

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A rotina torturante do aprendiz transformou-se a pouco e pouco num passeio agradável, para se transformar finalmente numa aventura onde descobria a cada dia um novo recanto, uma flor de uma nova espécie ou um pássaro com uma nova tonalidade. Além disso havia as árvores, com quem tinha longas conversas. As árvores eram de facto belas confidentes e sabiam ouvir todos os seus desabafos. O rapaz sentia-se livre, enchia os pulmões de perfumes inebriantes da floresta, conhecia muitas belas flores e muitas sábias árvores, cantava aos peixes, assobiava aos lobos, que lhe obedeciam. Em pouco tempo, graças à ideia, à partida inexplicável, daquele mestre implacável, o aprendiz tinha aprendido a caminhar, depois a correr, depois a perceber a disposição das casas da aldeia-fortaleza, depois a compreender as árvores e as flores, depois a distinguir vários tipos de peixes e animais, depois a cronometrar mentalmente a caminhada, depois a ver as horas através do movimento do sol, depois a domar os lobos... Finalmente compreendeu a liberdade que adquiriu a partir da autoridade daquele mestre. Liberdade para aprender a compreender e controlar de certa forma o mundo que o rodeava. E sentiu-se preparado para ser um verdadeiro guerreiro e defender tudo aquilo que tinha aprendido a amar e respeitar. A primeira lição estava terminada. Passou com distinção. O mestre aproximou-se numa manhã clara como o orvalho cristalino. Já não o temia. As suas palavras foram mais ternas naquela hora: “cumpriste a primeira etapa da tua aprendizagem. Um dia serás um guerreiro de coração, mas ainda estás no início de um ciclo, nunca te esqueças disto: só lá chegarás se tiveres o dom da humildade e da paciência, além da inteligência”. Quando a guerra veio, já o rapaz tinha aprendido a manusear a espada com astúcia. Mas tinham passado anos, vários mestres o ensinaram. Foi decisivo na vitória, mesmo assim não conseguiu impedir o incêndio que dizimou toda a área que outrora contemplara o seu trilho diário. Mas as árvores e os lobos, assim como todos os outros continuam a inspirá-lo ainda hoje. P. R.



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