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TRAJETÓRIA POLÍTICA E JURÍDICA DE RUI BARBOSA
(Rejane Moreira de Magalhães)

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TRAJETÓRIA POLÍTICA E JURÍDICA DE RUI BARBOSA


EM NOME DA FCRB QUERO AGRADECER AOS srs. membros da maçonaria a idéia desta homenagem ao nosso patrono nas comemorações do seu sesquicentenário. As palavras de Rui no discurso na Biblioteca Nacional, durante seu Jubileu Cívico no ano de 1918, são as que melhor expressam a maneira como ele gostaria de ser lembrado. Disse Rui: de bustos e estátuas não sou lá grande entusiasta. Um homem em metal ou pedra me parece duas vezes morto... Bem-aventurados os que a si mesmo se estatuaram em atos memoráveis, sem deixarem os seus retratos à posteridade, esquecediça ou desdenhosa, vivem a sua vida póstuma desinteressadamente pelos benefícios que lhe herdaram.
Creio que a melhor maneira de prestar-lhe uma homenagem é conhecer e estudar sua vida e sua obra, evocar suas idéias, seus princípios, as lições de ética e de moral, seus atos como jornalista, jurista, homem público e diplomata. Advogado paradigma das grandes causas, * Palestra proferida no Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro, Palácio do Lavradio à convite da Loja Maçônica Cayru, nas comemorações do sesquicentenário de Rui Barbosa. Rio de Janeiro, 29.10.1999.
símbolo de patriota íntegro e destemido, enfrentou e desafiou graves situações em defesa do direito e da justiça e sobretudo da causa da liberdade.
Rui havia concluído o curso de humanidades na Bahia, e, em 1866, simples calouro da Faculdade de Direito do Recife, participou de associação acadêmica abolicionista, fundada por Castro Alves, Augusto Alves Guimarães, Plínio de Lima e outros. Nesse período, era um estudante cujo temperamento tímido e reservado buscava se refugiar nos livros de corpo e alma. A política não o atraía: o Partido Liberal estava no poder e era fácil apoiar a situação.
Mas no 2º ano do curso dois acontecimentos fazem-no adoecer: a morte de Maria Adélia, sua mãe, e a aprovação medíocre na prova de Direito Natural. Seu pai João José, acabrunhado, o aconselhou a se transferir para a Faculdade de Direito de São Paulo e o recomendou a Joaquim Saldanha Marinho então Presidente da Província de São Paulo. Este e João José tinham se tornado amigos, identificados pelos mesmos princípios liberais e tendências radicais, quando cumpriam mandatos como deputados.
Saldanha Marinho foi Grão Mestre do Grande Oriente dos Beneditinos e uma das autoridades maçônicas de maior relevo no Brasil. Teve grande atuação na Câmara do Império e sua atividade se caracterizou por atitude anticlerical, líder que era da campanha contra o ultramontanismo. Expansivo e generoso, Saldanha o hospedou em palácio até encaminhá-lo a uma república de estudantes. Este seu apoio e consideração marcaram o jovem Rui pelo resto da vida.
Em São Paulo operou-se uma transformação completa no comportamento e na personalidade de Rui: tornou-se acadêmico militante, sociável, integrante de grêmios e sociedades abertas ou secretas freqüentadas por seus colegas. Aí aflorou sua paixão pela liberdade, a coragem e atração pela luta e pelo perigo. A Faculdade de São Paulo tinha uma feição prática: não somente ministrava ciência, e a vida acadêmica era a formação para a vida política.
Falando sobre sua vida estudantil em São Paulo, Rui assim se expressou:
Quando aqui vim freqüentar o 3º ano do meu curso, a minha natureza, já então sensível às influências da sua vocação liberal, teve a impressão de outros ares, desses em que se respira instintivamente a peito cheio, com a sensação de se estar reoxigenando o sangue, e cobrando vida a largos tragos. Nesse triênio de 1868 a 1870, em que inteirei aqui os meus estudos, encetados no Recife, o mundo acadêmico e o mundo político se penetravam mutuamente.
O estudo aqui nunca foi livresco, egoístico, indiferente à vida social. Nunca o direito se regulou aqui em textos estéreis e mortos. O seu tirocínio escolar, nesta cidade, sempre se animou ardentemente do espírito de luta, de civismo, de reação liberal.Em março, Rui, Castro Alves, quetambém se transferira para São Paulo, e outros alunos novos foram recebidos como sócios efetivos do Ateneu Paulistano, agremiação literária de incentivo à arte e dedicada à política, sob a presidência de Joaquim Nabuco. No Ateneu, Rui fez rápidos progressos: integrou a comissão de literatura e tornou-se 2o orador e, quando Joaquim Nabuco transferiu-se para a Faculdade do Recife, ele ocupou a presidência. Na imprensa estreou no jornal político e literário, A Independência, fundado por Joaquim Nabuco; colaborou n''O Ipiranga, de Salvador de Mendonça; na Imprensa Acadêmica, dirigido por Rodrigues Alves e Afonso Pena e no Radical Paulistano, dirigido por Luís Gama, juntamente com Américo de Campos, jornalista, e Bernardino Pamplona de Meneses, estudante. Luís Gama, seu conterrâneo, amigo fora do mundo acadêmico, foi grande figura no mundo maçônico, no foro e nas letras, além de fervoroso abolicionista.



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