Sobre o Modo Capitalista de Pensar – Tio Patinhas no Centro do Universo’
(José de Souza Martins)
O texto de José de Souza Martins, ‘Sobre o Modo Capitalista de Pensar – Tio Patinhas no Centro do Universo’, traça um paralelo entre a família de patos mais conhecida do universo das histórias em quadrinhos e a sociedade capitalista moderna, na qual cada um dos personagens da fictícia cidade de Patópolis possui um perfil bem definido e tem significativa importância no quadro geral dos acontecimentos.
Em seu texto, Martins discorre sobre todos os membros desta peculiar família de patos, citando suas contribuições para o aumento e a proteção da fortuna do patriarca Patinhas McPatinhas. Ele também procura relacionar os personagens e as relações encontradas a fim de mostra, de forma clara, como essa escala tem, na verdade, a função de embutir os valores associados a cada um dos estereótipos descritos nos personagens e como, ainda assim, todos eles se direcionam, baseiam e se reduzem a apenas um: Tio Patinhas!
O capitalismo, como sistema econômico e social, passou a ser dominante no mundo ocidental a partir do século XVI. A transição do feudalismo para o capitalismo, porém, ocorreu de forma bastante desigual no tempo e no espaço, foi mais rápida na porção ocidental da Europa e muito mais lenta na porção central e na oriental. O Reino Unido foi, por várias razões, o país no qual a transição foi mais acelerada.
O capitalismo evoluiu gradativamente e foi transformando à medida que novas dificuldades surgiam. O sistema capitalista sempre apresentou, ao longo de sua história, grande dinamismo. Isso se explica pelo profundo enraizamento histórico e cultural, pois sua origem é muito antiga (final da Idade Média) e sua evolução histórica foi muito lenta, particularmente na Europa ocidental e na América Anglo- saxônica. Gradativamente, ele foi se sobrepondo a outras formas de produção, até se tornar hegemônico, o que, em âmbito mundial, ocorreu em sua fase industrial.
O Capitalismo Comercial estendeu-se desde fins do século XV até o século XVIII. Foi marcada pela expansão marítima das potências da Europa Ocidental, em busca de uma nova rota para as Ìndias, objetivando romper a hegemonia italiana no comércio com o Oriente via Mediterrâneo. Foi o período das Grandes Navegações e descobrimentos, das conquistas territoriais, e também da escravização.
O grande acúmulo de capitais se dava na esfera da circulação, ou seja, por meio do comércio, daí o termo capitalismo comercial para designar o período. A economia funcionava segundo a doutrina mercantilista, que, em sentido amplo, pregava a intervenção governamental na economia, a fim de promover a prosperidade nacional e aumentar o poder dos Estados.
O capitalismo industrial foi marcado por grandes transformações econômicas, sociais, políticas e culturais. As maiores mudanças resultaram do que se convencionou chamar de REVOLUÇÂO INDUSTRIAL. Um de seus aspectos mais importantes foi a enorme potencialização da capacidade de transformação de natureza, por meio da utilização cada vez mais disseminada de máquinas movidas a vapor, produzido pela queima de carvão, tornando acessível aos consumidores uma quantidade cada vez maior de produtos, o que multiplicava os lucros produtores. Foi Karl Marx, um dos mais influentes pensadores alemães do século XIX, quem desvendou o mecanismo da exploração capitalista, que é a essência do lucro, chamando-o de mais-valia.
Capitalismo Financeiro foi uma das conseqüências mais importantes do crescimento acelerado da economia capitalista foi o brutal processo de concentração e centralização de capitais. Várias empresas surgiram e cresceram rapidamente: indústrias, bancos, corretoras de valores, casas comerciais,etc. A acirrada concorrência favoreceu as grandes empresas, levando a fusões e incorporações que resultaram, a partir de fins do século XIX, na monopolização ou oligopolização de muitos setores da economia.
O capitalismo entrava em sua fase financeira e monopolista. É consenso marcar como o início dessa nova etapa da evolução capitalista a virada do século XIX para o século XX, coincidindo com o período da expansão imperialista (1875-1914). No entanto, a consolidação só ocorreu efetivamente após a Primeira Guerra Mundial, quando as empresas tornaram-se muito mais poderosas e influentes, acentuando a internacionalização dos capitais.
O criador da maior parte do universo do Tio Patinhas foi o desenhista e roteirista Carl Barks. Nascido em 27 de março de 1901, no Oregon, Estados Unidos. Barks era autodidata e conseguiu emprego como desenhista dos estúdios Disney sendo promovido a roteirista em 1936. Em agosto de 1942, pela Dell Publishing, publicou o primeiro número da revista Donald Duck.
Nesta revista criou os personagens Tio Patinhas (Scrooge McDuck) em 1947 (o velho pato, milionário e sovina cujo passatempo predileto era nadar em sua caixa forte de dinheiro), Professor Pardal e os Irmãos Metralha entre tantos outros personagens. Porém, seu nome como autor das histórias, só seria reconhecido no início da década de 70 pois era comum que os quadrinhos de grandes estúdios, trouxessem uma assinatura fantasma, atribuindo todas as centenas de histórias e roteiros ao criador original, escondendo assim o trabalho das dezenas de desenhistas e roteiristas que continuam sua obra.Barks escreveu e desenhou mais 500 gibis do Pato Donald entre 1942 e 1966. Aposentou-se 1966 para se dedicar à pintura, notadamente a pintura de "patos", estas pinturas começaram a ser comercializadas por somas relativamente significantes, o que moveu a Disney no sentido de proibir Barks de continuar a comercializá-las, porém a companhia recuou diante da má publicidade da ação, e em 1991, concederam a Barks, o exclusivíssimo prêmio "Disney Legends". Carl Barks faleceu devido à leucemia, em 25 de agosto de 2000, aos 99 anos, em Grants Pass no Oregon.
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