Resumo de Imigração Japonesa - 100 anos depois - Revista Veja edição 2038

Imigração Japonesa no Brasil O ano de 2008 marcará o centenário do início da imigração japonesa para o Brasil. Tudo começou em 18 de junho de 1908, quando 165 famílias, a bordo do navio “Kasato Maru”, desembarcaram no porto de Santos, no litoral paulista. Primeira Geração: os Isseis Os japoneses que imigraram para o Brasil são chamados “Isseis”, constituem cerca de 12% da comunidade nipo-brasileira. Sua faixa etária vai de 35 até mais de 100 anos. As ocupações mais comuns são agricultura, comércio e prestação de serviços. No início do século XX, o Japão passava por uma grave crise econômica, provocada pela explosão populacional e pelos gastos causados por guerras contra a China e a Rússia. Devido a esses problemas, o próprio governo japonês estava interessado em incentivar a emigração. O Brasil, por sua vez, precisava de mão de obra para trabalhar nas lavouras de café, visto que a imigração italiana havia cessado em 1902. Isso possibilitou, então, que as primeiras famílias deixassem seu país para tentar a vida no Brasil. No início, o objetivo dos imigrantes era ficar pouco tempo no Brasil, trabalhar alguns anos e voltar para casa com o dinheiro ganho. No entanto, apenas 10% dos que emigraram voltaram para sua terra natal. O restante acabou por se estabelecer no Brasil. Segunda Geração: os Nisseis “Nisseis” é como são chamados os filhos dos imigrantes japoneses. Esse grupo constitui cerca de 31% da comunidade nipo-brasileira. Estão na faixa de 15 a 80 anos. As ocupações mais comuns, no caso dos mais velhos são agricultura, comércio e prestação de serviços e, no caso dos mais jovens, técnicos e profissionais liberais das áreas de exatas e biológicas. Os filhos mais velhos desta geração trabalharam no campo ao lado dos pais e sofreram as conseqüências de um anti-nipotismo, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, quando jornais e escolas da comunidade foram fechados e muitas famílias tiveram que deixar suas casas para viver no interior. Após o término da guerra, a situação foi se normalizando aos poucos. Porém, nessa época, o Japão estava com sérios problemas econômicos e a maioria das famílias, que até então sonhava em voltar para sua terra natal, desistiram e resolveram ficar de vez no Brasil. Terceira Geração: os Sanseis Os netos dos imigrantes japoneses são chamados “sanseis”. A terceira geração de imigrantes nipônicos é a primeira nascida majoritariamente nas cidades. Compõe cerca de 41% da comunidade. Estão na faixa etária inferior a 50 anos e trabalham, em sua maioria, como profissionais liberais nas áreas de exatas e biológicas. No início da década de 60, a maioria das famílias havia se mudado do campo para as cidades. Exerciam o comércio e a prestação de serviços básicos. Destacam-se os serviços de lavanderia de roupas e o comércio de hortaliças e frutas. Conforme a tradição, o filho mais velho trabalhava junto com os pais na atividade da família. Enquanto isso, os mais novos iam ingressando em cursos técnicos e faculdades. A partir de meados da década de 80, porém, por causa da recessão econômica, um grande número de japoneses e descendentes resolve deixar o Brasil para tentar a vida no Japão. O objetivo, no início, é trabalhar durante algum tempo e voltar para a casa com o dinheiro ganho, o que lembra o que seus parentes fizeram no início do século. Quarta Geração: os Yonseis A quarta geração são os ”yonseis”, bisnetos dos imigrantes. Com menos de 35 anos de idade, a maioria são estudantes ou profissionais liberais das áreas de exatas, humanas e biológicas, constituem cerca de 13% dos nipo-brasileiros. Esta geração tem poucos vínculos significativos com a comunidade. Por terem crescido, em sua maioria, nas cidades, acabaram por assimilar mais os costumes brasileiros que os japoneses. Essa geração também é a mais miscigenada: cerca de 61% deles têm pelo menos um ascendente não japonês na família.

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