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NATAL E BOLA DE FUTEBOL
(LUCAPAJULI)

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NATAL E BOLA DE FUTEBOL

O garotinho tinha um sonho. Queria ganhar uma bola de futebol no Natal. Quando ele passava na calçada das lojas de presentes da cidade, colocava a imaginação para funcionar. Ficava até inebriado ao vislumbrar diante de si todos aqueles lindos brinquedos coloridos nas vitrines. Antes de dormir rezava e pedia, gulosamente, para Papai Noel, além da bola de futebol, o carro de bombeiro, o tamborete, o equilibrista, o jogo de damas, a motocicleta... Fazia tantos pedidos que logo caía em sono profundo. O coração do pequeno menino se encheu de expectativa, na véspera do grande dia. Todo feliz deixou as botinas em cima do fogão de lenha. Esse era o costume daquela época. Papai Noel vinha pela chaminé da casa para colocar os presentes nos sapatos das crianças. O pai sempre lhe contava histórias do bom velhinho cheias de magia. No seu tempo de criança dizia ao filho que Papai Noel descia do céu num burrinho por meio de um comprido elástico que se esticava até o cocho onde o burrinho ia comer capim. Então, montava no burrinho e ia levar os presentes para a garotada. O menino ficava fascinado com a narrativa do pai.
Naquela manhã clara e calorenta de Natal, o rapazinho se levantou e correu direto ao fogão da cozinha. De olhos arregalados, o coração batendo cada vez mais forte, deparou-se com uma bola. Era uma linda bola de futebol de capotão marrom-escuro, de couro. Ele não se continha de alegria, carregava a bola com carinho, beijava-a, apertava-a contra o peito, cheirava-a, batia no chão, na parede, deu nela alguns chutes. Num deles a bola foi parar numa poça d’água no quintal da residência.
Aflito, querendo secá-la rapidamente, levou-a ao fogão, que àquela altura já estava a pleno vapor para o almoço natalino. Colocou a bola sobre a chapa de ferro quente. Não levou muito tempo para ela se derreter toda, fazendo uma pasta que mais parecia chicletes. Quando o ar ficou com forte odor de couro e borracha queimados, todos foram ter ao fogão. O pai largou o jornal e logo viu o que o filho tinha feito, inadvertidamente. Ao lado do fogão o garoto estava imóvel, transtornado. De olhos vermelhos não conseguia conter as lágrimas. Sentiu um enorme vazio que nunca tinha sentido antes. Decepcionado soluçou durante todo aquele dia festivo de ricas lembranças. Não se conformava em ter perdido a primeira bola de futebol, com a qual tanto sonhara. Recebeu o consolo dos pais e das irmãs. Todos lhe prometeram dar uma linda bola de futebol. Ao longo da sua infância e adolescência ganhou muitas bolas de futebol. Nenhuma delas, porém, no Natal.



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