BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


o conde
(jansem)

Publicidade
Era do vulto da janela uma dessas feições que os Sóis do meio?dia parecem ter avivado com o primor de seus lumes e o fogo de seus verdes. Ler?se?lhe?ia em cada traço, nos cabelos corridos e ondados, no bigode negro, nos olhos acesos e até nessa morena descor, que pelas válvulas das veias desse homem borbulhavam os fervores de Sarraceno, fundidos na branquidão, de fleugma das raças loiras do Norte—e nos vestígios dos bustos varonis dos soberbos Romanos.—Não havia engranar?se: era um Espanhol ou um Siciliano. Ao certo contudo ninguém sabia quem era o Conde Tancredo.—Donde vinha, onde ia, como vivia—calava?o ele.—Sua vida era um mistério—para uns era um doidejar de mancebo leviano, rebuçado nas orgias'' dormindo nos haréns venais do lupanar, embriagado nos seios torneados na fluidez de cores de um corpo que freme nos abraços seminus das cinturas acetinadas no fresco dos cabelos das Frinés belas. Para outros essa vida louca e perdulária—o isolado de seu palácio fechado durante o dia, o frenesi dos banquetes, o tumultuar das ceias fascinantes pelo quedar das horas mortas—a figura desse palácio mudo, como um fantasma de pedra, durante o dia—e refletindo de noite nas águas esverdeadas seus vinte olhos de luz—parecia acobertar algum crime: era um tapete de felpos séricos e flores turcas sobre uma nódoa ainda úmida de sangue. Era contudo de nobre raça, uma dessas feições onde logo se adivinha a nobreza de herança—frontes soberbas onde melhor que nos brasões heráldicos se lê o senho do orgulho dinástico. O Conde Tancredo era assim. Era um homem de estranhas usanças.—Muitos o viram passar do riso mais alegre à spleenalgia mais sombrosa, do volver mais doce de olhos ao cintilar injetado de sangue de um olhar de cólera muda. E quando dormia—muitas vezes a amante das noites se erguera de seu lado, fria e pávida,—ao ouvir os gemidos cavernosos de seu peito, e os gritos de raiva rangendo entre seus dentes cerrados—no volver da mão negra de um pesadelo. Isso que uns chamavam sonambulismo acordava em outros idéias de que a palidez desse homem podia ser um crime, e seus pesadelos um remorso Escreva seu resumo aqui..



Resumos Relacionados


- Seus Olhos Verdes.

- A Rosa Mais Bela Do Mundo

- A Arte De Ser Feliz

- A Arte De Ser Feliz

- Uma Historia Fantástica



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia