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Experiencia
(Elisabeth Cavalcante)

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Acumulamos ao longo da vida uma grande quantidade de informações que, uma vez reunidas, formam aquilo que denominamos conhecimento. O conhecimento é adquirido através dos professores, dos livros e de toda a herança cultural acumulada ao longo da história.Então, podemos indagar, onde obter o conhecimento que nos permite encontrar saídas para as situações de grande impasse na vida? Só existe uma resposta para esta pergunta: em nossa própria experiência. A experiência é a fonte da inteligência interior, aquela que não se origina da assimilação de tratados ou escrituras, e sim de uma entrega profunda e confiante aos misteriosos desígnios da vida. Mas somente aqueles que estiverem dispostos a aprender através desse caminho, poderão dispor do inesgotável manancial interior que se chama sabedoria.“Um místico Sufi, Hasan, estava morrendo. Quando ele estava morrendo, um homem perguntou a ele: "Hasan, você nunca nos disse quem foi o seu Mestre. Nós lhe perguntamos várias vezes, você sempre, de alguma forma, deu um jeito de não responder. Agora você está deixando o mundo. Por favor, diga-nos quem foi o seu Mestre. Nós estamos muito curiosos". Hasan disse: "Eu nunca respondi essa pergunta pela simples razão de que não houve um único mestre em minha vida, eu aprendi a partir de muitas pessoas. Meu primeiro professor foi uma criancinha". Eles ficaram perplexos e disseram: "Uma criancinha! O que você está dizendo? Você perdeu o juízo porque você está morrendo? Você enlouqueceu"? Ele disse: "Não, escutem a estória. Eu fui a uma cidade. Embora eu não tivesse conhecido a verdade até àquela época, eu era muito culto, era um erudito. Eu era famoso no país inteiro, até mesmo fora do país o meu nome estava se espalhando. As pessoas começaram a vir a mim achando que eu conhecia a verdade. Eu estava fingindo que a conhecia e estava fingindo sem saber que estava fingindo - eu estava quase inconsciente. Porque as pessoas acreditavam que eu conhecia, elas me convenciam de que eu devia estar certo, eu devia estar sabendo, senão por que tantas pessoas viriam a mim? Eu havia me tornado um professor. Sem experienciar qualquer coisa da verdade, sem mesmo entrar no meu próprio mundo interior, eu estava falando a respeito de grandes coisas. Eu conhecia todas as escrituras; elas estavam na ponta da minha língua. "Mas durante três dias eu estava me movendo em um país onde ninguém me conhecia, e estava desejando ardentemente encontrar alguém que me perguntasse algo, para que eu pudesse mostrar o meu conhecimento". As pessoas de conhecimento se tornam muito exibicionistas; esse é todo o seu prazer. Se uma pessoa de conhecimento tivesse que permanecer em silêncio ela preferiria cometer suicídio. Se não, qual é o sentido de viver no mundo? Ele tem que exibir o seu conhecimento. Somente um homem sábio consegue ser silencioso. Para o sábio, falar é quase um fardo, ele fala porque ele tem que falar. A pessoa de conhecimento fala porque ela não consegue permanecer silenciosa. Existe uma vasta diferença; você pode não ser capaz de percebê-la de fora porque ambos falam. Buda fala, Jesus fala e Hasan também estava falando. E todos eles dizem coisas bonitas... Mas durante três dias ele teve que permanecer silencioso. Foi quase como jejuar, ele estava se sentindo faminto - faminto por uma audiência, faminto por alguém. Mas ele não havia se deparado com alguém que o conhecesse então ninguém perguntou coisa alguma. Ele entrou nessa cidade. Estava justamente começando a escurecer, o sol havia se posto há pouco. Uma criancinha estava carregando uma lamparina e ele perguntou à criança: "Meu filho, posso lhe fazer uma pergunta? Para onde você está levando essa lamparina"? E a criança disse: "Eu estou indo ao templo. Minha mãe me disse para colocar essa lâmpada lá porque o templo é escuro. E esse tem sido o hábitode minha mãe: sempre colocar uma lâmpada lá à noite para que, pelo menos, o deus do templo não tenha que viver na escuridão." Hasan perguntou à criança: "Você parece ser muito inteligente. Você pode me dizer uma coisa - você mesmo acendeu essa lâmpada"? A criança disse: "Sim". Então Hasan disse: "Uma terceira pergunta, a última pergunta que eu quero lhe fazer: se você mesmo acendeu a lâmpada, você pode me dizer de onde veio a chama? Você deve tê-la visto vindo de algum lugar". A criança riu e disse: "Eu farei uma coisa - simplesmente observe"! E ele soprou a chama e disse: "A chama se foi exatamente na sua frente. Você pode me dizer para onde ela foi? Você deve ter visto"! E Hasan ficou completamente mudo. Ele não conseguiu responder. A criança havia mostrado a ele que a sua pergunta, embora parecesse muito relevante, significativa, era absurda. Ele se curvou diante da criança e tocou os seus pés. Ele disse ao indagador: "Aquela criança foi o meu primeiro mestre. Naquele exato momento eu me dei conta de que todas as minhas metafísicas, toda a minha filosofia, eram sem sentido. Eu não sabia de nada por mim mesmo. Eu não sabia nem mesmo de onde vem a luz de uma lâmpada, para aonde ela vai quando é apagada - e eu estava falando sobre quem fez o mundo, como ele fez o mundo, quando ele fez o mundo!



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