Resumo de LENDAS BRASILEIRAS – CHICO REI (SUDESTE)

LENDAS BRASILEIRAS – CHICO REI (SUDESTE)

Foi no tempo em que havia muitos homens que se dedicavam ao comércio de outros seres humanos.
Os brancos iam à África aprisionar os negros como se fossem mercadoria, atacavam as aldeias, destruíam e queimavam tudo o que viam. Quem reagia era morto na hora, e os outros eram amarrados e levados para os imundos porões dos navios que os conduziriam aos lugares em que seriam vendidos.
Viajavam longos meses, e era grande o número que morria de sede, fome ou de doenças, que se propagavam rapidamente devida às más condições de higiene predominantes.
Em algum lugar da África havia uma pequena aldeia, onde vivia um povo muito alegre, com um rei bom e inteligente, que governava com sabedoria.
Certa noite, os brancos os atacaram de surpresa. Pouco sobrou da alegre aldeia. Alguns negros conseguiram fugir, muitos foram mortos, mas a maior parte foi feita prisioneira. Entre estes últimos, estavam o rei, a rainha e seus filhos.
Depois de amarrados, os cativos foram levados para a costa e metidos num porão de um velho navio. Começou a travessia. Muitos morreram. O rei conseguiu sobreviver junto com um de seus filhos.
Após vários meses de viagem, o navio chegou ao Brasil. Depois de vendido, o carregamento de escravos foi enviado para o trabalho em Minas Gerais.
O rei africano aqui recebeu o nome de Francisco e ficou conhecido como Chico. Conseguiu ficar com seu filho, e os dois se destacavam por sua dedicação. Seu senhor era um homem bom, e, vendo o esforço de Chico, sempre lhe dava algumas moedas. Chico guardou-as todas, até conseguir comprar a liberdade de seu filho.
Os dois então uniram esforços para juntar dinheiro até conseguirem comprar a liberdade de Chico. Foram morar em uma pobre cabana, e com seu trabalho juntaram mais dinheiro para ir libertando os escravos que pertenciam à sua tribo. Com o trabalho de cada um que se juntava à equipe, foram libertando todos.
Formaram sua própria aldeia, e Chico agora era conhecido por Chico Rei, pois ele passou a dirigi-la com a mesma sabedoria com que o fazia na África.
Chico casou-se, formando nova família.
Com o trabalho de todos, foram adquirindo bens para sua tribo. Construíram uma igreja, aonde iam em procissão no Dia de Reis.
Era muito bonito de se ver! Chico e seus acompanhantes dançavam e cantavam músicas africanas, enquanto o som alegre dos sinos e o estouro dos rojões enchiam o ar de festa...

BASEADO EM “HISTÓRIAS E LENDAS DO BRASIL” – ED. APEL

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