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Dona Flor e seus Dois Maridos
(Jorge Amado)

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O romance Dona Flor e Seus Dois Maridos é resultado de uma história real ocorrida na década de 30 na Bahia com uma senhora que, quando jovem, casara com um boêmio, jogador e mulherengo, morto logo depois do casamento. A jovem viúva casa-se novamente com um honesto comerciante português, mas algum tempo depois passa a sonhar com o marido morto, que lhe aparece exigindo amor. Mas, Dona Flor é uma mulher de muita moral e passa a viver o terrível drama sem saber como resolvê-lo. Na vida real, a viúva eterniza o seu drama ao contá-lo a um amigo de Jorge Amado que na ficção se encarrega de resolver o impasse. No romance o personagem de Dona Flor entrega-se aos encantos do marido morto que, depois de saciado, vai embora, e logo após se entrega ao marido real achando que se um é bom, dois é ótimo. Segundo Jorge Amado, um livro surge às vezes de um acontecimento, de uma frase, de uma pessoa, assim como ocorreu com Dona Flor e seus dois maridos de l966. O escritor achava que devido a sua moral irretocável Dona Flor não cederia aos encantos do marido morto, e foi esse o fim que escreveu antes de dormir e sonhar com o outro final em que ela, afinal, cede à tentação. Jorge Amado considera como moral do romance, o amor como fator transcendente aos limites da morte. Vadinho, seu primeiro marido, morre quando sambava nas ruas da Bahia. Foi um velório agitado, mesmo sendo realizado num Domingo de carnaval. Parte dos presentes julgavam Vadinho como um vagabundo, jogador, gigolô, outra parte achava o sujeito formidável. Ele era tachado como Anjo e demônio, herói e vilão pelos presentes que se recordavam de Vadinho. Após o enterro, Dona Flor, no sofrimento de sua viuvez, lembra a sua vida com o 1o marido. Anos de sofrimento, profundo prazer, humilhações, alegria, espera insone por um marido viciado em jogo e mulheres, tanto era que na sua noite de núpcias, ele se mandatrocando a esposa pela roleta e a companhia de sua turma, o negro Arigof, o compadre Mirandão, o bêbado Cazuza Funil, o violinista Carlinhos, o poeta Godofredo e o cachorro 17. Para conseguir dinheiro para o jogo, ele era capaz até de surrar a própria esposa. Era um homem totalmente mundano, sem horários, sem regras, indisciplinado, que desaparecia de casa por vários dias e que, quando presente, assediava as alunas de culinária de Dona Flor, na Escola de Culinária Saber e Arte, em sua residência. Nota-se que nesta escola havia pratos deliciosos como cágado grisado, receitas para acompanhar velório, ensopado de teiú, porco bravio e caitetu assado inteiro. Voltando ao Vadinho, paralelamente à suas artimanhas (senvergonhice) era um homem de pessoa excelente, bem atencioso a esposa quando presente, bom de cama, do tipo safado, um verdadeiro moleque. Era capaz de grandes gestos, como o de organizar serenatas à esposa. Ao seu jeito e ao seu modo, amava profundamente Dona Flor. A viuvez da esposa amada é marcada pela lembrança deste homem que a fez fogosa, quente, uma mulher de verdade. O primeiro ano da ausência de Vadinho, foi de muito sofrimento, pois ela ardia em fogo lento. Cansada da solidão, decidiu casar-se novamente. O segundo marido era o inverso do primeiro. Seu nome era Teodoro Madureira, farmacêutico, respeitado, amante da música clássica, considerado o homem perfeito por Norma, Dinorá e Jacy, vizinhas de Flor. Era um marido zeloso, caseiro, cujo lema era: "Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar", dístico presente na parede de sua farmácia. Até em matéria de sexo o dito cujo era metódico, somente às quartas e sábados (com direito a bis), sem muito fogo. Estando ao lado do novo marido, a vida social de Flor se intensificou. Ela participava de conferências de farmácia, ensaios do conjunto Os filhos de Orfeu, no qual Teodoro tocava fagote, enfim, estava aberto para ela novos ambientes e novos conhecimentos. Assim se passa um ano deste casamento com um marido gentil, carinhoso, fiel e segundo a concepção sexual da esposa, “frio” na cama. Passados umano de completa paz, sem graça e frieza, após uma cansativa festa em comemoração do primeiro aniversário de casamento, ao entrar em seu quarto Flor encontra Vadinho deitado nu em sua cama. O fantasma do primeiro marido não a assustou, pois sentia sua falta e era bom conversar novamente com ele. Mas Vadinho voltou para aprontar mais. Dissera ter sido evocado pela ex-esposa para isso. Flor negou-se a cometer o adultério, mesmo com o fantasma do seu primeiro marido, que só ela e mais ninguém podia ver. Vadinho então passou a seduzí-la. Ele também voltou aos cassinos, onde utiliza seus “poderes” de morto, fazendo com que seus amigos Mirandão e Arigof ganhassem fortunas e quebrassem as bancas dos cassinos baianos jogando no número preferido de Vadinho, o dezessete. Para Flor, torna-se cada mais difícil resistir às tentações antigo esposo, até que por fim, cede ao assédio e se entrega novamente. Ela descobriu que era impossível viver sem um dos dois. Ela precisava de Vadinho e Teodoro, os dois se completam nela, sexo e segurança.



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