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E o fogo não apagou
(Rosana Muniz de Medeiros)

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Rita Eleotéria, mulher fogosa, com 52 aninhos bem rodados, entrou na tecnologia usando a internet para fins amorosos. Como internauta fez inscrição em sites de encontros. Cuidava-se, caminhava durante a semana, fazia ginástica no Saúde na praia UNIMED.
No calçadão, tagarelava sobre conquistas. O papo era o mesmo. A busca de um par ideal, homem perfeito.
- Acreditava poder encontrar sua metade. Na internet, teria condições de escolha, grandes ofertas, muitas pessoas inscritas nos sites de encontros. Assim, em qualquer parte, conseguiria alguém para arrancar-lhe da solidão. Procedeu com a busca.
Alguns meses se passaram sem que encontrasse a figura, alegre da amiga Rita no calçadão.
Depois de um ano, reencontro à amiga, pra baixo, sem nenhum entusiasmo. Curiosa indaguei: O que aconteceu? Ela franca, respondeu.
- Tentei encontrar minha cara metade, todos sabem, acabei dando com os burros n’água. Como? Fiz-me de desentendida! Ela situo-me nas experiências.
- Vou contar-lhe.
-Com pressa? De pronto e com curiosidade respondi:
-Claro que não! Sou todos ouvidos. Pois bem, por caso.
- Contarei. Tim Tim, por tim tim.
E relatou.
- Estava na net, teclando com um gaúcho que reside aqui, aposentado da polícia Federal, bem apessoado, 55 anos, cabelos grisalho, bom de papo. Com três dias de papo, trocamos telefones, marcamos encontro. Tudo bem. Passaríamos do frio contato da net para o aconchegante contato pessoal. Pensei. E não é que funciona mesmo!
Primeiro encontro, trocamos alguns beijinhos e abraços. Não lembrava como era boa essa sensação. Um belo dia fui surpreendida com um convite íntimo, quando me dei conta, já estávamos no motel. Tudo bem, porém, antes de baixarmos a cortina da garagem ele me deu um forte abraço. Vixe Maria! Que susto! O cara estava todo armado! Não me contive e perguntei: Fui à causadora? E ele, com um sorriso amarelo respondeu: Não! Foi o Dr. Carlos, isso é prótese peniana, diabetes tipo II, tive que fazer uso da prótese. Daí pra frente não rolou nada, desconcertei, era muito avanço para a minha cabeça. Ataquei de mal súbito! Não sei se ele acreditou na doença. Saímos do motel sem nada fazer, fiquei desconcertada. Na volta para casa era ele tentando explicar e eu sem entender...
_ Pensei. Perdi uma luta, não a guerra. Voltei a tentar. Grata surpresa! Encontro alguém especial. Professor universitário, 56 anos, cabeleira loira e grisalha, muito charme, barba, bigode, um tipo intelectual que agradava. Conversamos, trocamos informações pessoais, ele tinha 6 filhos, 4 do primeiro casamento e 2 do último. Eu falei dos meus 3 filhos e deixamos as famílias para falarmos em nós e nos nossos objetivos. Eu queria encontrar a minha cara metade e ele também queria o mesmo. Trocamos telefones, marcamos também um encontro.
Numa tarde, mantivemos nosso primeiro contato pessoal, barzinho da orla, entre uma caipiroska e outra falamos banalidade. Claro que beijinhos e abraços já fazem parte. E esse foi um caso que nem chegou a rolar. Na primeira oportunidade o par que eu imaginava perfeito saiu dizendo que só funcionava com viagra, abismada repeti em tom de pergunta: V I A G R A? E digo: Professor nesse país ganha pouco, tenho muita responsabilidade! Mulher para usufruir minha performance máscula, tem que rachar o viagra. Uma vez eu compro, e outra vez é a parceira. Abutiquei os olhos! Fiz cara de muxoxo e saí pela culatra. Era demais para mim.
Fiquei sem graça, pensando em desistir, mais que de repente, numa daquelas sextas-feiras que nada se tem a fazer a não ser refugiar-se na net, surge no meu PC, um príncipe encantado.
Pense num homem bonito, charmoso e educado, 57 anos. Pediu meu msn, e foi logo enchendo de flores, corações e boquinhas toda a tela. Encantada com tamanha sensibilidade. Pensei:
_Pronto, agora terei o merecido prêmio. Arrumo-me com esse. Como diz o ditado: Nem tudo que reluz é ouro e nem tudo que balança cai. Cedo me desiludi. Tivemos vários encontros, o cara beijava bem, era carinhoso e ousado nas carícias, na hora H, tirava o corpo fora. Achava estranho! Imaginava que ele era daqueles que dão o tempo necessário para as mulheres se sentirem confortável. Eu já me sentia...Mas não rolava nadaaa.
Certo dia, após jantar romântico, fui surpreendida, um convite, passar a noite no apartamento dele. Tudo o que eu precisa ouvir. Fiz-me de rogada para não causar má impressão no gato. É!...Na idade que estou tudo parece ter conotação especial, aceitei. Hoje será à noite da desforra, vou tirar o atrasado, penso com meus botões.
Estávamos os dois, no quarto, penumbra, rolando uma música agradável, beijo vai, beijo vem, mão naquilo, aquilo na mão...Opa! O cara não dava sinal de viva alma! Estranho... Ele se esquivava, me tocava...Tocava-me e eu esperando o momento supremo e nada acontecia. Já estava cansada, enfadada e pensava. Tô sem treinos! Que preliminares longas? A hora passava, quando dei conta já havia mais de hora e meia de preliminares. O corpo suado, cabelos encharcados e ele me perguntando: E aí? Gostou?
- Sem respostas, fiz aceno com a cabeça, dei um sorriso amarelo, virei e dormi. Ao amanhecer o meu primeiro pensamento foi:
- Esse cara ta achando que sou um teclado ou sanfona, para ele passar a noite dedilhando? Nessa, eu não embarco.
Acordado explicou. Boquiaberta estou até agora! Ele disse não possuir o tal hormônio masculino, que não existe mulher no mundo que o excite! Fazer o quê?



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