Desafios e possibilidades da mudança curricular na EE-UFMG - a percepção discente
(FAUSTINO; Regina Lúcia Herculano; SENA; Roseni Rosângela de)
Este trabalho se apresenta como um estudo descritivo-analítico, que se propõe a fazer uma reflexão sobre o atual currículo de enfermagem da EE-UFMG, tendo como base a percepção discente. Trata-se de em estudo qualitativo, ancorado no Materialismo Histórico-Dialético, como abordagem teórico-metodológica. Buscou-se analisar as inovações decorrentes da implantação do atual currículo, a partir da percepção do aluno de graduação que está vivenciando a implantação do mesmo. O referencial teórico adotado, para definição das categorias analíticas foi de autores como: MIZUKAMI (1986), FREIRE(1988) e LIBÂNEO (1984,1994). Utilizou-se da realização de grupos focais, para coleta dos dados primários e análise documental para dados de fonte secundária. Os atores/sujeitos desse trabalho foram os alunos do 3º, 4º e 5º períodos do Curso de Enfermagem, no período de 1997 a 1998. A implantação do atual currículo, se deu no primeiro semestre de 1996 e os atores/sujeitos compunham as primeiras turmas na vigência do mesmo. A análise dos dados foi feita utilizando a técnica de análise de discurso, conforme descrita por FIORIN & SAVIOLI (1996) e FIORIN (1999). As categorias empíricas foram construídas a partir dos temas e sub-temas, revelados nos discursos dos discentes. Identificou-se a contradição existente entre o pensar e fazer pedagógicos, que se expressa no processo de construção de um novo modelo de formação do enfermeiro, nesse final de século. Percebeu-se também, um descontentamento dos discentes com o atual currículo, decorrente, talvez, do desconhecimento da proposta ou mesmo do seu não envolvimento no processo. Verificou-se ainda, um distanciamento entre a proposta textual e o currículo praticado nos diversos momentos do processo ensino-aprendizagem. Foram levantadas algumas questões para reflexão e encaminhamento de novos estudos que venham complementar essa área do conhecimento, na Enfermagem. Conclui-se defendendo a idéia de um maior preparo e envolvimento do corpo docente/discente do curso, buscando a adesão dos mesmos como parceiros, na complexa tarefa de levar adiante a reforma curricular.
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