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Kant: entenda o problema
(Fabim)

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Tentaremos explicar em linhas gerais o problema de Kant na Crítica da Razão Pura . Todo o problema deste autor de Königsberg é explicar a possibilidade de haver juízos (ou frases que afirmem um predicado sobre um sujeito) que sejam universais, isto é, que sempre ocorram daquele modo, e também necessários, ou seja, que não possa ocorrer de modo diferente. Exemplificando, a frase " todos (universalidade) os corinthianos sofreram com o rebaixamento" pode até ser verdadeira, o que significaria que seria um juízo universal. Mas, obviamente, não é necessário que seja assim, pois é possível que haja corinthianos que não tenham sofrido com o rebaixamento. Trazendo para o campo da ciência, Kant acreditava que os seus juízos tinham ambas as características: eram tanto universais como necessários. Assim, para Kant, o juízo de que "um corpo tende a permanecer em movimento retilíneo e uniforme ou em repouso" sempre será verdadeiro, pois é necessário e universal. Falta explicar o fundamento de tais juízos: afinal, de onde a ciência tira essas frases? Ora, esse problema é fundamental. Para Kant, não se pode afirmar que toda a ciência é tirada da experiência. Se fosse, como explicaríamos a necessidade de seus juízos? Voltando ao exemplo dos corinthianos, podemos visitar vários bares, conversar com vários corinthianos, perguntar se sofreram etc. Teremos uma boa amostragem de cortinthianos que se disseram sofredores, então poderemos concluir que "todos" sofreram? Obviamente, não. Não há necessidade na mera experiência. Não é a toa que as pesquisas eleitorais têm "margem de erro". É preciso buscar o fundamento da ciência em outra fonte que não seja a experiência.Surge, então, para Kant, a hipótese do "a priori". O "a priori" é aquilo que não depende de uma experiência. Se não conseguimos encontrar necessidade pela via da experiência, temos de encontrar a necessidade no "a priori". Isto significa que o fundamento para a necessidade das ciências deve ser encontrado no sujeito, nas suas categorias intelectivas que trabalham em conjunto com suas formas "puras" da sensibilidade (espaço e tempo). Sem complicar com os detalhes técnicos, diríamos que o espaço e o tempo são, grosso modo, formas que temos de "filtrar" as nossas experiências, para que estas não apareçam para nós como uma bagunça. O espaço e o tempo são internos, do sujeito, não são conceitos abstraídos das experiências de cada um. Ou seja, são "a priori". As categorias do intelecto também são "a priori": é a partir delas que entendemos o que se passa a nossa volta. Se dizemos que os corinthianos sofreram porque o timão foi rebaixado, é porque pensamos a partir de relações de causa e efeito . A causalidade é uma das categorias do intelecto. É nesse campo "a priori" que os juízos científicos são construídos, para Kant. Toda a sua necessidade se encontra aí. O que não significa que não seja preciso fazer experiências: é ela que dará "corpo" para essas construções "a priori", ela que dará um objeto real, existente, para as formulações. Sem a experiência, o pensamento não tem objeto, ele se perde em si mesmo e se degrada numa metafísica que ultrapassa os limites do conhecimento possível.



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