Resumo de ENGANA-SE QUEM PENSA QUE A MULHER SE APAIXONA

ENGANA-SE QUEM PENSA QUE A MULHER SE APAIXONA

Somos um bando de apaixonados, a julgar pelo resultado da pesquisa on-line que o site Diga-me.com fez para Marie Claire. O que surpreende é que os homens admitem ser tão afetados pela paixão quanto às mulheres. São eles que associam essa experiência ao amor, enquanto elas a relacionam mais ao desejo. Ambos acreditam que a paixão vale a pena, mesmo quando acaba. A "Pesquisa Paixão" foi respondida por 1.682 pessoas e derrubou velhos clichês sobre as relações, indicando que não são só as mulheres que se envolvem e se fragilizam diante da experiência amorosa. O estudo revela ainda que a infidelidade e a rotina são as grandes destruidoras da paixão, enquanto o romance, mais do que o sexo, é seu principal alimento.
Engana-se quem ainda acredita que as mulheres se apaixonam mais e sofrem mais por questões afetivas do que os homens. O estudo revela que os homens se apaixonam tanto quanto as mulheres. Das 1.043 mulheres que responderam ao questionário, 91% já viveram uma grande paixão. É um percentual idêntico ao dos homens: entre os 611 que responderam, o índice é de 90%. Para a psicóloga junguiana Rosely Teixeira Gomes**, autora de uma tese sobre as mudanças dos papéis masculinos contemporâneos, a vivência da paixão é semelhante para ambos os sexos, a forma de expressá-la é que muda. Os homens representam 50% da clientela de sua clínica em São Paulo. "Não só o número de homens cresceu nos consultórios, como hoje eles declaram que a busca da terapia é motivada por razões afetivas." "Historicamente, as mulheres sofreram uma repressão sexual e os homens sofreram uma repressão afetiva", lembra a especialista. Se para as mulheres a paixão é socialmente bem-vista e até estimulada, para eles admitir que está apaixonado é motivo de gozação entre amigos. No mundo masculino, a paixão é vista como uma fase de submissão à mulher. "Eu conheci minha mulher por acaso. Nossos carros emparelharam no farol, de madrugada, e em seguida nos encontramos na mesma danceteria. Casei com ela em seis meses.Antes dela tive namoros longos, mas isso não garante o sucesso de um casamento. Não deu tempo de a gente se conhecer, mas bateu a química. Me lembro bem da tensão, de ficar contando as horas para encontrá-la. Estamos juntos há sete anos e a convivência aumentou a admiração e o carinho. A gente conversa muito e se diverte a dois. Gosto da loucura da nossa história. Nunca planejamos nada, nem filhos. Temos dois. Não imagino minha vida sem a Fabiana. Pouco tempo atrás, ela viajou a trabalho, liguei para ela umas 30 vezes em um fim de semana. Sei que é um absurdo, mas ela curtiu. Faz parte da paixão. A nossa nunca foi racional." Fernando Guntovitch, 31 anos, publicitário, casado "Apaixonar-se não é fraqueza. Alguns homens não sabem o que é porque não se entregam. E onde há resistência não há paixão. Pode-se ter sexo bom, mas a paixão não é apenas corpo, envolve coração, mente, espírito. Tive três grandes paixões. Com a primeira, terminei chorando, a gente se amava ainda. Eu tinha 19 e ela 16 anos, a conseqüência natural seria o casamento, mas a vida nos chamava para outras experiências. Depois vivi dois relacionamentos fortes, um deles acabou pelo desgaste de morar junto por quatro anos. Não gostei tanto do final, mas não mudaria uma vírgula. Cometeria até os mesmos erros, porque aprendi com eles."

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