Resumo de Hoselitz

Das condições e problemas do desenvolvimento económico e das políticas que visam, a abolição da pobreza e da miséria em muitas partes do mundo reforçou entre os economistas o estudo dos problemas teóricos relativos ao crescimento económico. O desenvolvimento subsequente da teoria do crescimento económico tendeu a concentrar-se quase exclusivamente na tarefa de relacionar entre si variáveis estritamente económicas e a desprezar as transformações políticas e sociais que acompanharam o processo de crescimento económico. O que é necessário não é meramente uma teoria do crescimento económico estritamente económica, mas uma teoria que articule o desenvolvimento económico com a mutação cultural. Devemos começar por desenvolver modelos teóricos para diferentes tipos de sociedades e diferentes tipos de transição ou movimento de formas “tradicionais” de organização económica para formas mais “modernas”. Na prossecução deste objectivo mais restrito levanta-se uma questão: o problema do crescimento económico e da mutação cultural a ele associado naqueles países que são designados por “subdesenvolvidos”. Um grupo de peritos das Nações Unidas definiu este género de países como aqueles “em que o rendimento real per capita é baixo quando comparado com o rendimento real per capita dos EUA, Canadá, Austrália e Europa Ocidental”. Esta definição classifica uma série de países como avançados e outros como subdesenvolvidos. Em vez de nos preocuparmos com o problema do crescimento económico na sua forma mais genérica, interessa elaborar um modelo teórico que nos permita analisar um processo de transição de um sistema social com um tipo de organização económica para um outro com uma diferente organização económica, que se presume “mais avançada”. Na prática, numa situação que requer a elaboração de um plano de desenvolvimento para um determinado país ou região, a solução deste problema integra não apenas propostas de ajustamentos económicos, mas também de acomodação da mutação cultural e social associada. Se considerarmos, como se faz normalmente, que o desenvolvimento económico é medido pelo crescimento do produto real per capita de uma sociedade, temos, para construir uma teoria do desenvolvimento, de determinar a interdependência funcional entre o nível do produto per capita e outras variáveis. Desenvolveu-se um conjunto de teorias que relacionam o nível de rendimento com variáveis como o investimento, a taxa de juro, as propensões ao consumo e à poupança e a oferta da moeda. Estas teorias, que foram consideradas como a principal contribuição de Keynes e dos seus continuadores, têm uma certa relevância, embora limitada. O aspecto essencial de uma teoria do desenvolvimento económico é a necessidade de explicar a transição de um estádio de “subdesenvolvimento” para um estádio de “progresso”. Como o que aqui interessa são as componentes de diferentes sistemas sociais, cada um deles correlacionado com um nível particular de desenvolvimento económico, podemos tentar estruturar as relações relevantes em termos de “variáveis tipo”, tal como as descreve Parsons. Ao fazê-lo obtemos um resultado em que se manifesta a relação entre o que se apresenta como uma mera acção económica e as tipologias gerais de comportamento. Parsons distingue 5 alternativas tipo, das quais 3 são imediatamente aplicáveis: 1 – A escolha entre modalidades do objecto social (realização versus atribuição) – a realização tornou-se a norma característica para a distribuição dos objectos económicos numa sociedade desenvolvida. No entanto, nos países subdesenvolvidos não quer dizer que não haja a realização como norma de comportamento e que esta esteja de todo ausente, mas limita-se aos objectos sociais que não são reconhecidos como envolvendo valor económico. 2 – A escolha entre tipos de padrões valorativos da orientação (universalismo versus particularismo) – uma segunda característica das economias subdesenvolvidas é a pre

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