Noite Má
(Jorge Franco)
Noite má, foi a primeira incursão do escritor Jorge Franco ao gênero do romance. Com ele impressionou favoravelmente ao jurado que, em 1996, lhe concedeu o primeiro lugar no Concurso de Romance Cidade de Pereira, na Colômbia, seu país de origem. O que surpreende nesta obra-prima é o bom manejo da intriga para narrar uma série de assassinatos de prostitutas que se cometem sob o abrigo da noite em uma cidade sem nome. Seguindo o que conta Brenda, protagonista e narradora da história, somos transportados ao mundo da prostituição, à dor e à angústia de alguns personagens que, em virtude de seu sórdido ofício, devem percorrer as ruas onde o mal lhes espreita. Quem é o assassino? É a pergunta que nos fazemos a todo momento. Enquanto se decifra o mistério, vamos conhecendo mais da vida daquela cidade quando é possuída pelas sombras e saem flutuando todas as suas crueldades e misérias. “Caminhar pela cidade à noite é tirar a vida da mão da morte e levá-la a passear”, expressa o autor em Noite Má. Porém nada está dito desde o início neste romance e, como toda boa trama detetivesca, Franco incita o leitor a uma busca incessante, a especular com pistas falsas até chegar ao final surpreendente, o menos esperado entre todos os que se poderia escolher. “Que o leitor encontre na história e na prosa algo que o amarre, que o faça esquecer-se do tempo”, declarou Franco em uma de suas entrevistas. Esse propósito se cumpre em Noite Má que, mesmo estando em prosa, pode facilmente ser adaptada para a linguagem cinematográfica. Essa preferência do escritor em ser concreto, para evitar o que é confuso e cuidar dos detalhes, é o que gera no leitor mais vontade de seguir lendo.
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