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Literatura e Cultura no Contexto Global. (parte 2)
(HUYSSEN; Andréas.)

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continuação
Ferramentas que poderiam ser mantidas na época contemporânea seriam a crítica da modernidade e a análise da relação entre alta e baixa cultura. Isto porque em contextos não euro-estadunidenses, os formatos e as formas dessa relação não teriam sido tão dicotômicos. Tais análises seriam bastante produtivas para os estudos comparatistas de modernidades alternativas, como as latino-americanas e asiáticas. A problematização tanto do erudito-popular quanto das modernizações alternativas seria produtiva para contestar noções dicotômicas e maniqueístas que veriam uma relação puramente oposição entre civilizações, a exemplo da teoria do choque das civilizações de Samuel Hutchington.
Ao historicizar as diferenciações regionais em suas relações tempo-espaço haveria a possibilidade de produzir distintas comparações culturais, que deixariam de lado clichês oposicionaistas como colonial-poscolonial, moderno-pós-moderno, ocidental-oriental, e outras dicotomias.
Voltando a relação erutido-popular, uma vantagem seria o repensar tal relação erudito-popular para questionar valores e percepções estéticas tanto em relação a política e a história quanto em relação as experiências. Tal ato de problematização do processo de valoração permitiria a reinscrição de questões de estética e de política, indo além dos debates da escola de Frankfurt e também dos debates dos pós-modernistas e do pos-colonialismo. Aspecto não desenvolvido por Huyssen.
Para efetivar críticas culturais na contemporaneidade, um local privilegiado seriam as cidades, como dissemos, ou melhor, as culturas das cidades.
Outras questões consideradas por Huyssen, que apenas listamos seriam: a delação dos estudos culturais à maneira americana e sua ênfase no consumo; a consideração de que haveria nos estudos culturais uma mera reversão da hierarqui erudito-popular; a crítica aos estudos filológicos (que não explica o que seriam, nem nomeia, mas como não pensar na desconstrução derridiana ou na arqueologia do saber foucaultiana), e; a afirmação de que a celebração do híbrido pode ter perdido sua agudeza, que já foi crítica, devido ao hibridismo ter sido cooptado pelo mercado.
Teriamos outras questões a considerar, contudo, ficaremos por aqui, levantando apenas um problema que consideramos preemente: delação sem nomeação. Isto é, ao críticar, denunciar e delatar perspectivas de crítica cultural diversas das suas sem dar os nomes daqueles que crítica Huyssen generaliza e abre a possibilidade de que observemos a partir de que local cultural ele esta falando e qual ideologia esta defendendo. E quais seriam? Bem, isto ficará para outro momento.
E se há uma diferença no texto de Huyssen talvez esta esteja não tanto na atenção a cidade e no resgate da discussao entre erudito-popular ou dos processos de modernização alternativos, latino-americanos ou asiáticos, mas sim no retorno a discussão acerca da dimensão estética, em que deseja que se volte a discutir a questão da qualidade estética dos produtos culturais, em uma fusão criativa entre a complexidade do erudito e o apelo da cultura de massa.

HUYSSEN, Andréas. Literatura e Cultura no Contexto Global. MARQUES, Reinaldo, VILELA, Lúcia Helena (Orgs). Valores: Arte, mercado, política. Belo Horizonte: Editora da UFMG/Abralic, 2002, p. 15 a 35.

Para mais informações entre em contato com [email protected], será um prazer entrar em contato com leitores que queiram contribuir com sugestões para a melhoria dos meus textos.
Vander Vieira de Resende



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