continuação: Os enxertos que tratam dos livros de Camus e de Nabokov são significativamente os mais longos do ensaio, ambos escritores também foram estrangeiros. Camus (1913-1960) era argelino e viveu na França de 1940 até sua morte. Vladimir Nabokov (1899-1977) era russo naturalizado norte-americano. Em suas obras narraram os prazeres e as agruras das ambigüidades do ser/estar estrangeiro.
O ensaio de Kristeva significativamente se encerra em/com Paris, cidade que (a) acolheu. A força da experiência de Exílio é simbolizada, dessa forma, mais uma vez na escrita de Kristeva. Retornemos agora ao aspecto pelo qual começamos, os enxertos. Em cada um, Kristeva apresenta reflexões a respeito da estrangeiridade, nas quais aborda questões como as alegrias e os sofrimentos, as perdas e os ganhos, os afastamentos e os encontros, a segurança e a liberdade do(e) ser estrangeiro. Kristeva, ao modo do pós-estruturalismo, desestabiliza estas oposições binárias aparentes. E talvez a maior contribuição desse texto – para aqueles preocupados em pensar a identidade e a alteridade nessa era de descentramentos – seja essa desconstrução das oposições, principalmente daquela entre o “nós e os outros”, já que Kristeva tão vividamente nos demonstra como somos muitas vezes o “Outro” de nós mesmos, tantas vezes Estrangeiros para nós mesmos.
Palavras chave: Julia Kristeva, Estrangeiros para nós mesmos, tocata e fuga para o estrangeiro, literatura, Camus, Nabokov, estrangeiro, Derrida.
Vander Vieira de Resende
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obs: Gostaria de receber comentários. Vc gostou? Não? Porquê? Não concorda com minha leitura de tal texto, ou com a forma com minha linguagem? Isto possibilitara que eu me aprimoresse, obrigado
Vander
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