Resumo de O fim da cadeira elétrica nos EUA, é sinal de que a pena de morte pode acabar?

A pena de morte nos Estados Unidos pode estar com os dias contatos. A previsão otimista foi feita há uma semana pela organização não governamental Human Right Watch após o Tribunal Superior de Nebraska declarar “inconstitucional” a execução na cadeira elétrica. Nebraska foi o último estado do país a adotar essa punição. Filmes sobre o tema, como o drama dos italianos Sacco e Vanzetti, presos sob suspeita de assalto, bateram recordes de bilheteria. Multidões também se mobilizaram em defesa dos judeus Ethel e Julius Rosemberg, condenados sob acusação de espionagem a favor da União Soviética. Os quatro, porém, não escaparam da morte por choques elétricos. A Human Right Watch acredita que a decisão tomada em Nebraska sinalize para o crescimento de movimento pela extinção definitiva da pena capital. Toma por base levantamento do Centro de Informação da Pena de Morte segundo o qual, em 1976, cerca de 80% dos norte americanos eram favoráveis, mas hoje esse índice caiu para 60%. A decisão da Corte, em Nebraska, suspendeu a execução do hispânico Raymond Mata, condenado pelo assassinato, em 1999, de um garoto de três anos. No corredor da morte, ele foi informado da suspensão temporária. Raymond continuará preso, enquanto Nebraska avalia se deve adotar a injeção letal, a exemplo de 36 dos 50 estados norte-americanos. A técnica consiste na aplicação de três doses de medicamentos, em seringas separadas. A primeira é sedativa; a segunda paralisa diafragma e pulmões; a última pára o coração. Os EUA são considerados o país que mais aplica a pena de morte no Ocidente. Desde 1976, restabelecida a pena, até então suspensa, foram executadas 1099 pessoas, 156 em Nebraska. Ao declarar inconstitucional a utilização da cadeira elétrica, o Tribunal Superior de Nebraska considerou o castigo “fora de uso”. O que leva a crer que não há intenção de eliminar definitivamente, mas adotar novos padrões tecnológicos ou científicos. Por coincidência, a China, rival dos EUA, anuncia também a intenção de substituir, pela injeção letal, o tiro na nuca, ainda aplicado em várias províncias, nas pessoas condenadas à morte. Entre as razões alegadas pelos chineses está a “redução do sofrimento” através de um processo mais moderno. Como se vê, quando o assunto é pena de morte, os ventos que sopram no Ocidente parecem os mesmos que bafejam o Oriente.

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