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O Atentado
(Yasmina Khadra)

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Como entender que uma mulher palestina, culta e sofisticada, alçada ao topo da pirâmide social de Tel-Aviv, possa se cobrir de bombas e morrer num atentado suicida contra civis, especialmente crianças, num restaurante da capital israelense? Esta é a intrincada questão a que se propõe Yasmina Khadra, pseudônimo do escritor argelino Mohammed Moulesseboul, no magnífico O ATENTADO, lançado no Brasil, em 2006, pela Sá Editora, com tradução de Ana Montoia. Numa trama muito bem construída e narrada de forma capaz de arrebatar o leitor a partir das primeiras páginas, o autor mostra a trajetória de uma mulher em demanda do terrorismo. O tema não poderia ser mais atual. Perguntas e mais perguntas saltam das páginas do livro, num vórtice alucinante, na medida em que o protagonista, Amin Jaafari, cirurgião israelense de origem palestina, empreende sua jornada aos círculos mais profundos do inferno, em busca das respostas que expliquem a opção de Sihem, sua mulher e de quem jamais suspeitara qualquer simpatia pela causa do terror e muito menos o envolvimento direto. A princípio, busca encontrar no passado os sinais que não fora capaz de perceber vivendo uma relação conjugal tida e havida como harmônica e feliz. Vai, então, sendo invadido pelo desespero e pela angústia enquanto estiola-se numa asfixiante espiral de degradação humana. Rende-se ao álcool e a todos os seus consectários, mas a dor é tão grande que se recupera, obcecado pelas questões que o atormentam. Sem encontrar as respostas que procura, vai pouco e pouco se afundando nos ódios e preconceitos, no fanatismo, nas verdades e mentiras que permeiam uma questão que se arrasta há séculos e que parece ter atingido o patamar mais elevado da violência entre povos do mesmo tronco ancestral. À medida que vai penetrando num mundo estranho, com regras próprias, uma desconcertante nova realidade se forma: jovens falam como se mortos fossem, em que ações e reações se sucedem com violência crescente, e vítimas e agressores se entrelaçam e se confundem. O médico vai, assim, perdendo a sanidade, despojando-se dos valores tão duramente adquiridos e cultivados, até que começa a ver, na própria família, uma face insuspeitada e também a brutal realidade do grau de envolvimento de Sihem, que usava sua casa e sua posição social como biombo para as atividades clandestinas. Assim vai o livro num crescendo que se fecha de forma violenta e surpreendente, levando-nos a refletir sobre a incrível condição humana. Não falta, contudo, no texto, uma réstia de esperança: “podem te tirar tudo; teus bens, teus mais belos anos, todas as tuas alegrias e todos os teus méritos, até tua última roupa -– sempre restarão teus sonhos para reinventar o mundo que te confiscaram.” Numa palavra: Imperdível!



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