Resumo de Rapunzel - Jacob Grimm; Wilhelm Grimm

Era uma vez, há muitos e muitos anos, um casal pobre cujo sonho era ter um filho. O homem era lenhador, e a mulher - admirem-se! - um belo dia viu-se grávida. E lembram-se da crendice que nos faz fazer loucuras atrás de comidas para a mulher grávida só para que o seu bebê não nasça com cara de jaca, jabuticaba ou amora? Pois bem. Esse lenhador seria capaz de qualquer coisa para que seu filhinho não tivesse a aparência de...
- Querido, estou com uma vontade louca de comer rabanetes!
... Nosso corajoso lenhador seria capaz até mesmo de roubar alguns rabanetes do precioso pomar de mãe Gothel (algo como "mãe superprotetora", em alemão), a "bruxa" da história. E foi isso o que ele fez. Arriscou a própria vida para satisfazer sua esposa, mas não foi o suficiente. Por mais duas noites o homem teve que voltar ao pomar da bruxa a fim de buscar mais rabanetes, até que foi pego em flagrante.
Embora fosse noite e não houvesse lanternas naquela época, a bruxa provavelmente estava usando um lampião, lamparina, ou algum tipo de magia, porque conseguiu identificar o ladrão:
- Ora, ora! Então é você quem rouba meus rabanetes!
- A senhora me desculpe, é que minha mulher está grávida e...
- Pois então, em troca de meus rabanetes, quero a sua criança!
Surpreendentemente, o lenhador aceitou numa boa e sequer tentou fugir para outra aldeia. “Essa bruxa é tão velha que, quando meu filho nascer, ela já terá esquecido o trato”, ele deve ter pensado. Mas bruxas de contos de fada não esquecem das coisas assim tão fácil. Quando a criança nasceu - uma linda menininha – a bruxa foi buscá-la, e nem todas as lágrimas e súplicas dos pais da menina a fizeram mudar de idéia.
Passavam-se os anos, e a menina Rapunzel ia crescendo e ficando cada vez mais bonita. A bruxa, então, com receio de perder sua “filhinha” querida, decidiu tomar uma provisão bem simples: trancar a adolescente de hormônios à flor da pele numa torre alta, sem portas ou escadas, apenas uma janela. E, como os cabelos da Rapunzel eram enormes, a bruxa poderia usá-los como corda para chegar até o alto da torre. O plano era perfeito... Até a chegada do Príncipe, porque eles sempre vêm e estragam a festa das bruxas. Certo dia, passeando pela floresta, O Príncipe descobriu a torre e se apaixonou pela voz que vinha dela... “Ah, aquela música!” Quando de repente a bruxa surgiu e gritou para o alto da torre:
- Rapunzel! Jogue suas tranças que eu quero subir!
Escondido atrás de uma árvore, ele viu tudo e, quando a bruxa foi embora, subiu pelas tranças de Rapunzel. “Minha amada, eu sou O Príncipe”, ele disse, e os dois passaram a se encontrar diariamente. Mas um dia, muito esperta, Rapunzel disse à bruxa:
- Nossa, a senhora é muito mais pesada que O Príncipe!
Então, ofendida pela indelicadeza de Rapunzel ao apontar seu peso fora dos padrões da moda, a bruxa cortou as tranças da menina, deixando-a com um penteado Chanel, e mandou seus corvos de estimação abandonarem-na no deserto, para que a menina vivesse lá sozinha.
No dia seguinte, O Príncipe apareceu, pediu que Rapunzel jogasse suas tranças porque ele queria subir. Ele não sabia que quem estava no lugar de Rapunzel era a bruxa, e quando esta o ouviu chamar, segurou as tranças da menina e as jogou. Quando O Príncipe já estava bem alto, a bruxa soltou as tranças, deixando-o cair em cima de uma roseira que estivera no pé da torre o tempo todo, mas que eu ainda não havia mencionado. Desculpa.
Mesmo cego, depois de tirar todos aqueles espinhos do corpo, O Príncipe foi procurar Rapunzel. Andava durante noite e dia, sol e chuva gritando o nome do grande amor de sua vida (a protagonista, pra não repetir demais o nome), até que os dois se reencontraram. Ao descobrir que seu Príncipe estava cego, Rapunzel deixou duas lágrimas caírem nele, uma em cada olho, e – oh! – ele voltou a enxergar. Não preciso dizer que os dois viveram felizes para sempre.

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