Resumo de NIXON PERDEU UMA ELEIÇÃO PORQUE NÃO SOUBE TIRAR VANTAGEM DE SER O MAIS CONHECIDO

NIXON PERDEU UMA ELEIÇÃO PORQUE NÃO SOUBE
TIRAR VANTAGEM DE SER O MAIS CONHECIDO -

Intenção de voto e grau de conhecimento do candidato.
A intenção de voto não varia apenas em função da firmeza com que é sustentada pelo eleitor, mas também, em função do timing da campanha. No início da maioria das campanhas o número de eleitores decididamente definidos é relativamente pequeno, enquanto que o número de eleitores que se declara ainda indefinido, é, em contrapartida, relativamente grande.

Nos últimos dias da campanha esta distribuição se inverte. O que era intenção de voto transforma-se em decisão para a maioria dos eleitores, e um número bem menor mantém-se na condição de indefinidos, a maioria dos quais votará em branco ou anulará seu voto.

Entre um momento e outro ocorre o processo de cristalização da intenção de voto, em resposta ao desenrolar da campanha, e ao conhecimento adquirido sobre cada um dos candidatos, que conduz a uma avaliação comparativa cujo desfecho é a decisão de voto.

Assim, nas fases anteriores ou iniciais da campanha, a intenção de voto é uma informação importante, mas que está muito distante de ser uma antecipação do resultado final, à exceção daqueles casos em que há um favoritismo absoluto de um candidato sobre todos os demais.

Há vários fatores que interferem nos primeiros resultados de intenção de voto e que, com o desenvolvimento da campanha, ou perdem força ou cedem lugar a outros. O grau de conhecimento do candidato pelos eleitores, por exemplo, é um fator muito poderoso no início, e que tende a perder força com o desenrolar da campanha.

Candidatos pouco conhecidos como é óbvio reúnem poucas intenções de voto. Entretanto, candidato pouco conhecido é candidato por conhecer! Se a campanha consegue tornar o candidato conhecido e com a imagem desejada, ele tende a crescer nas intenções de voto.

Ser conhecido é uma vantagem que pode tornar-se uma desvantagem, e inversamente, não ser conhecido é uma desvantagem que pode tornar-se uma vantagem. Em 1960, nos Estados Unidos, o fato de Nixon ser muitíssimo mais conhecido que Kennedy era uma vantagem política importante, que se tornou uma desvantagem fatal.

O eleitor já sabia o que esperar de Nixon. Coube a Kennedy ocupar o espaço da novidade, da mudança, da surpresa. A campanha de Kennedy fez com que o eleitor descobrisse Kennedy, apresentando-o com a imagem desejada. Para Nixon seria muito difícil mudar sua imagem, já que fora vice-presidente por 8 anos. Para Kennedy tratava-se de construir e difundir uma imagem para um político que, em comparação com Nixon, era pouco conhecido. Para um candidato pouco conhecido, relativamente a outro(s) adversário(s), mais importante do que sua situação inicial de intenção de voto é a identificação do espaço potencial de crescimento da sua candidatura.

Nem sempre é desvantajoso ser o candidato desconhecido. John Kennedy soube usar isso a seu favor em 1960
Nestes casos, a pesquisa, mesmo registrando uma baixa intenção de votos, pode ser um poderoso instrumento de persuasão junto a apoiadores, ao demonstrar que há espaço para crescer na medida em que aumenta o conhecimento sobre o candidato.

É óbvio que existem outros fatores, além do grau de conhecimento, que alteram os primeiros resultados de intenção de voto. O grande desafio da estratégia de campanha é portanto, conforme a situação inicial do candidato:

1. Manter os patamares superiores se estiver a frente;

2. Fazer crescer a intenção de voto do candidato se largou atrás;

3. Em ambos os casos, transformar, ao longo da campanha, intenção de voto em decisão de voto.

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