Hamlet
(Shakespeare)
Análise da peça Hamlet
Com base na análise dos acontecimentos ao longo da peça de Shakespeare, Hamlet, este texto se propõe analisar algumas características da personalidade do personagem Hamlet e possíveis causas de suas atitudes e reações durante sua trajetória como vingador do assassinato de seu pai.
Na posição de sobrinho do novo rei da Dinamarca, Hamlet mostra-se inicialmente consternado pelo fato de seu pai ter falecido e sua mãe ter se casado tão prontamente com seu tio, irmão de seu falecido pai. Após ouvir as confissões do espectro do pai, que lhe diz que o rei teria sido assassinado pelo tio, a aflição mental e a angústia de Hamlet aumentam. As atitudes que adota a partir de então, ora se apropriando de uma loucura fingida e proposital, ora de um raciocínio estratégico e consciente da lamentável situação em que se encontra, são bastante representativas de seu caráter. (ou algo assim, não precisa reproduzir exatamente como escrevi).
A elucidação do caso em nome da honra de seu pai se faz necessária e, em suas meditações e conversas com outros personagens, Hamlet parte em busca da prova de que seu tio seja realmente o assassino de seu pai. Notamos que, nessa busca pela elucidação do caso, Hamlet tem papel ativo na formação do seu destino e no destino do reino da Dinamarca, o qual moralmente não pode ser entregue a um assassino.
A fraqueza de Hamlet defendida por Ifor Evans pode ser notada na atitude do personagem ao longo da peça: ele se encontra dividido e inseguro quanto as suas desconfianças, desconfia das intenções de seu tio e da própria veracidade das informações ditas pelo espectro. De maneira engenhosa e aparentemente sutil, é através de uma peça de teatro montada com a finalidade de retratar a cena e as circunstâncias do possível crime que Hamlet passa a se convencer, através da reação de seu tio, de que o pai foi realmente assassinado.
As atitudes aflitas e inseguras de Hamlet contrastam com outras, objetivas e acertadas. A elaboração metódica de planos, a simulação de loucura, a substituição das cartas a fim de não ser assassinado, a posição clara assumida contra a atitude de sua mãe ter se casado tão rapidamente com o assassino de seu pai são exemplos desse lado seguro e objetivo da personalidade de Hamlet.
Não há dúvidas de que a posição de Hamlet era difícil, pois teve que lidar com muitas questões envolvidas, mas sua aparente fraqueza foi estratégica e o objetivo final foi alcançado. O assassino de seu pai foi finalmente morto num meticuloso esquema no qual Hamlet, perante a opinião dos habitantes do reino, saiu imune, justificado e vitorioso.
Seu pai foi vingado e seu reino estava livre não só de um assassino ganancioso e sem escrúpulos na posição de rei, mas também de todos seus aliados diretos e indiretos.
Em sua insegurança e aparente fraqueza quanto à forma e ao momento certo de aniquilar o assassino de seu pai, Hamlet se mostra um personagem muito seguro de si e extremamente inteligente e perspicaz. Como defende Auerbach em seu texto "O príncipe cansado" na p. 283 sobre as peças de Shakespeare, a perfeita representação do herói trágico nos padrões da tragédia elisabetana, na qual o destino do personagem está em suas próprias mãos.
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