O que faz a massa do pão crescer, na verdade, não é o “amasso” que ela recebe, nem as porradas como muita gente, equivocadamente, pensa que seja. O responsável pelo crescimento dela é um fungo, ser microscópio batizado de levedura. O pão da massa, ao contrário da massa do pão, não cresce. Diminui espaços de autonomia, de conquistas, de cidadania e o que o faz escassear-se, apenas de não ser tão menos intenso como o fungo da massa do pão, torna-se pelas conveniências da fome, da necessidade variada, não vistas por um número bem significativo da população brasileira. Vide o percentual de analfabetos totais e, o que é pior, e segundo Brecht, analfabetos políticos. Muitos daqueles, fora das escolas e das academias, astutamente, não assumem a postura desses, levando-nos à suposição de que essas instituições, em muitos casos, transitam às raias da imbecilidade e continuam apensas à concepção althusseriana da escola enquanto Aparelho Ideológico do Estado.
O advento da globalização da economia trouxe, a reboque, uma série de dificuldades que contribuíram para a ressignificação das relações entre os homens e destes com o mundo que os cerca. Globalização pode, a princípio, remeter-nos à idéia de progresso, nos vários campos da atividade humana. Os avanços científicos e tecnológicos, por exemplo, ocuparam status de fiéis da balança, elementos representativos do desenvolvimento econômico e financeiro.
A propensão do mundo do capital em transformar incessantemente as circunstâncias do modo de produção, aumentando o número de matéria prima e da demanda com o menor contingente de trabalhadores, fazendo crescer o lucro do investidor, através da exploração dos poucos trabalhadores. As idéias de Marx e Engels, lançadas em 1848, continuam, aos 160 anos, mais rejuvenescidas do que nunca. A globalização pode ser descrita como um processo de difusão de idéias e valores, de formas de produção e de trocas comerciais que atravessam e rompem as fronteiras nacionais, internacionalizando também misérias, que chegam como a face mais perversa da exclusão social, com desigualdades em todos os níveis a começar pela injusta distribuição de rendas. Por esse caminho podemos deduzir onde vamos chegar: pobreza, miséria, tráfico de drogas, prostituição, exploração de menores, banditismo...banditismo...banditismo...do asfalto ao morro(ao morro sem asfalto!), do jovem pobre do morro ao pobre jovem de família abastada, do surrealista ladrão de galinhas ou, hoje, de tênis ou de macarrão instantâneo em supermercados ao do colarinho branco em todos os pontos do território nacional, principalmente no Planalto Central.
Povo sem educação, povo doente em todos os âmbitos em que couber enfermidade no ser humano. Da cabeça (problemas neurológicos) aos pés (bicho de pé), esses doentes são produzidos nos gabinetes refrigerados dos poderes político e econômico do país. Quanto mais moléstias, mais fácil e propício de se implantar a política otaviana (Otávio, primeiro imperador romano que governou de 27 a.C. a 14 d.C.) do “Pão e Circo"¹. ¹. A Política do Pão e Circo - "Muitos anfiteatros foram construídos ou adaptados para a luta de gladiadores, parte da política do "p ão e circo". Quando Otávio tornou-se o primeiro Imperador, governando de 27 a.C. a 14 d.C, Suas primeiras medidas tinham por finalidade reestruturar a administração do novo Estado Imperial: restringiu as funções do Senado; criou uma nova ordem administrativa (as prefeituras); melhorou as formas de cobranças de impostos; instituiu a guarda pretoriana com a função de garantir a proteção do imperador. Na economia, Otávio incentivou a produção e protegeu as rotas comerciais. Empreendeu a construção de várias obras públicas, o que gerou muitos empregos aos plebeus.Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do “pão e circo”.Tal política consistia numa estratégia do Imperador para submeter o povo (plebe) através da promoção de eventos. O desenvolvimento dos jogos foi crucial para que o império obtivesse o apoio popular. Podemos destacar como um dos principais jogos da época os grandes duelos de gladiadores que concentrando milhares de pessoas nas grandes arenas exerciam um forte poder de entretenimento. Durante cerca de sete séculos, as lutas dos gladiadores, entre si ou contra animais ferozes, foram o espetáculo preferido dos romanos, que ao final de cada combate pediam com um gesto do polegar o perdão ou a morte do lutador ferido. Gladiador era o lutador profissional que se apresentava em espetáculos públicos no Coliseu e em outros anfiteatros do Império Romano. Texto sobre A política do pão e circo disponível em: http://www.nea.fe.usp.br/site/Fichas/HISM2S14U2A1.pdf. Acesso e captura em 16/03/08. * Mestre em Educação pela UERJ, professor do ensino médio e Orientador Educacional da Rede Pública Municipal de Cabo Frio E-mail:
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