América
(Kafka)
Em Kafka, a normalidade surge de tal forma nítida e pormenorizada que ultrapassa, paradoxalmente, a fronteira do verosímil. Em "América", o escritor imprime à sua história mais empolgamento apesar de continuar os seus pressupostos fundamentais: o homem isolado, envolvido pelas situações do dia a dia e enredado nas cumplicidades forjadas no âmbito das relações pessoais. O universo kafkiano revela-se neste romance numa realidade nova e emergente, constituída pela América da mecanização, democrática e essencialmente urbana. Neste mundo novo, Kafka desvenda os conflitos universais da condição humana, a ténue fronteira entre entre o real e o irreal, o sentido do ser no mundo por ele próprio criado e a contradição entre a intencionalidade humana, a liberdade e a realidade objectiva do mundo dito fenoménico.
América é mais um livro a ler na linha de " O Processo ", "O Castelo" e "Metamorfose", nos quais a normalidade é questionada e postos em causa os seus pressupostos definidores. Mesmo num pano de fundo bem definido como neste romance "América", a inverosimilhança caracteristicamente kafkiana vai pairando e acentuando-se com o decorrer da história.
A ler...
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