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Escravo e guerreiro
(Jair Vitória)

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“Escravo e guerreiro” - Jair Vitória.
Resumo de Lual

            Ouvindo histórias de escravos do séc. XIX, às vésperas da Abolição e dando ênfase à imaginação, Jair Vitória cria este belo texto de justiça e liberdade.
            Marcial era um dos escravos da fazenda Guapira, um negro forte e destemido que montava cavalos xucros em pêlo. O Sr. Remiro, o proprietário, estava quase sempre no Rio de Janeiro com sua esposa: Sinhá Isabel. Deixava tudo sob os cuidados do gerente Cristênio e do feitor Dantas. Ambos impiedosos no trato aos escravos.
            O negro tinha vinte anos e sonhava fugir daquele lugar, levando Luanda, que tinha dezesseis anos, a sua paixão, para o mocambo do Congo na Fazenda Mãe Preta, onde o seu dono: João Piva era abolicionista e por isso apoiava os escravos. Lá eram protegidos,
 respeitados, trabalhavam e produziam livremente. Podiam casar, estudar e tornar-se um cristão como qualquer ser humano.
            Pai Zumbi, um velho escravo meio surdo, que o tinham por surdo, ouviu a conversa do gerente com uns comerciantes: trocar os escravos Marcial e Lucas (seu irmão) por um cavalo e quatro éguas de raça.
            Marcial revoltou-se: ser trocado por animais era muito humilhante. Arquitetou planos de fuga. Não deveria fraquejar, mas lutar e tornar-se livre. Mãe Eloá (sua mãe) ficou triste e desesperada.
            Houve festa de despedida: batuque, samba e cachaça. Aproveitou o clima e fugiu no cavalo que costumava montar: Visconde.
            Ao atravessar o rio Paraíba foi descoberto pelo barqueiro: Jumaro, um homem que prendia e entregava negro fugitivo. Conseguiu vencer, levando a arma do canoeiro descarregada, e este vai à fazenda comunicar-lhe o ocorrido, levando o cavalo de volta.
            Ficaram furiosos. Dantão foi apressadamente capturá-lo.
            No caminho, Marcial encontrou um caçador que lhe deu munição para a arma e lhe ensinou o caminho do Congo.
            Dantão o encontrou. Rolaram. Na luta, a faca raspou acidentalmente o peito do feitor, que soltou a arma e o revólver também. O escravo empurrou o feitor para uma grota funda e tomou posse das armas e do seu cavalo, continuando sua jornada.
            Encontrou Jacó, um mascate, que conhecia todas as fazendas do local. Jantaram juntos numa casa de pouso e dormiram numa tapera perto do mato. Prometera levá-lo diretamente ao Congo. No meio da noite, o negro desconfiado saiu sorrateiramente.
            O feitor indignado conseguiu um cavalo e um revólver emprestados e voltou para vingar-se do escravo. Chegou à casa de pouso onde ele estivera. Informou-se e continuou a sua busca.
            Algumas horas após, estava novamente diante de Marcial, próximo à entrada do mocambo do Congo. Atracaram-se. Tiros e gritos atraíram os negros que trabalhavam por perto. O escravo defendeu-se mordendo-lhe o nariz e,  enquanto Dantão procurava o revólver, os negros o atacaram de varas, dando-lhe uma tremenda surra. O escravo devolveu-lhe os seus pertences: o cavalo e a arma descarregada, e os negros lhe ordenaram para que ele sumisse; pois ali era a nação dos negros.
            Entrou no Congo emocionado. Parecia estar vivendo um sonho. Foi convidado por um deles: o Nei, para morar na sua casa. Era casado, tinha filhos, roça, era um homem livre. Explicou-lhe tudo e o orientou sobre o que fazer naquele espaço. Apresentou-lhe a sua família, os seus amigos e o padre Genaro.
            Agora, Marcial estava numa terra onde era tratado como gente, trabalhava, produzia e até estudava. O padre lhe explicou que o estudo é o que mais eleva uma pessoa, que é a sua maior riqueza; pois recebe uma luz no cérebro. Destacou o José do Patrocínio e o Luís da Gama: negros que conseguiram vencer através do estudo. Eram abolicionistas.
            Aprígio, seu pai, que trabalhava em outra fazenda fora aforriado e o ajuda no plano de raptar a família.
            O Sr. Piva voltou do Rio de Janeiro. Explicou-lhe que a inteligência é uma grande arma. Fez um sermão, assistiu à missa, rezou com eles e por fim, convidou-os para um churrasco.
            Tinha agora, sua casa e sua roça. Precisava ir buscar a sua amada e sua família. Preparou-se para o momento crucial, contando com a colaboração do Sr. Piva que lhe emprestara algumas armas. O padre providenciou-lhe uma canoa grande. Partiu com o pai, dezenove negros e quatro brancos no silêncio da noite.
            Na fazenda, aguardavam-no temerosos e ansiosos. Os raptores entraram na fazenda Guapira. Os cachorros latiram e alguns negros também fugiram. Dantão percebendo o que estava ocorrendo acionou o alarme. Cristênio foi chumbado. Marcial atravessou sua gente na canoa apressadamente.
            Todos os escravos fugiram, exceto algumas mães, crianças e o Pai Zumbi aproveitando o clima de guerra.
            Por volta das nove horas daquele dia, o Sr. Remiro e sua turma interrogando se não tinham visto uns negros fugitivos no caminho do Congo, responderam que nada mais adiantaria: a princesa Isabel acabava de assinar a Lei Áurea. Voltaram irados.
            No Congo, os fugitivos foram recebidos com festa e o padre Genaro emocionado os abençoou.

            Em Guapira, o velho Zumbi feliz dizia: “Sinal dos tempos...” A liberdade – direitos iguais.



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