O Pagador de Promessas
(Alfredo de Freitas Dias Gomes)
Zé-do-Burro, homem simples, cheio de religiosidade misturada com superstição e ignorância, faz uma promessa de levar uma enorme cruz até a igreja de Santa Bárbara. Rosa, a esposa, o acompanha.
Quando chegam, encontram a igreja fechada. Só tinha um jeito: esperar.
Zé estava com os ombros em carne viva. “ Bem feito, você não quis colocar almofadinhas como eu disse.” __ disse Rosa, já com raiva das bolhas d’água em seus pés.
“ Não era direito” __ responde Zé. “ E Jesus não usou almofadinhas”. “ Nesse negocio de milagres é preciso ser honesto. Se a gente embrulha o santo, perde o credito. De outra vez o santo olha, consulta lá os seus assentamentos e diz: _ Há, você é o Zé-do-burro, aquele que me passou a perna! E agora me vem com nova promessa.” __ diz Zé.
Rosa pergunta: __ “ Será que você ainda pretende fazer outra promessa depois desta? Já não chega?”
“ sei não...a gente nunca sabe se vai precisar. Por isso é bom ter sempre as contas em dia.”
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