A arte de fazer um jornal diário
(Ricardo Noblat)
Se tem coisa que jornalista gosta de fazer é ensinar a outros jornalistas como fazer Jornalismo. Parece ser um exercício essencial para turbinar o próprio ego. "A arte de fazer um jornal diário", de Ricardo Noblat, não foge à regra. Da primeira à última linha de sua obra, o jornalista responsável pela transformação pela qual passou o jornal Correio Braziliense tenta ensinar aos colegas como fazer um bom jornal. Noblat não faz o tipo falso-modesto, pelo contrário, ele "se acha o cara". E realmente é. Em seu livro, entre uma história e outra de sucesso pessoal, Noblat traz dicas interessantes, especialmente para quem está começando no Jornalismo. São conselhos, porém, que valem para qualquer veterano, coisas básicas que, com o passar do tempo nossa autoconfiança nos faz esquecer: procurar ouvir todos os lados envolvidos na notícia, buscar o diferente em cada matéria, humanizar a reportagem e checar com rigor a informação antes de transmiti-la.
É um bom livro. Livro, aliás, que se o próprio autor mantivesse em sua cabeceira, talvez o tivesse impedido de cometer uma recente barrigada (no jargão jornalístico, barrigada significa transmitir uma informação errada). Foi em 2008, quando em seu blog Noblat noticiou um pedido de prisão contra o dono da Rede Record e líder da Igreja Universal, bispo Edir Macedo. Na ânsia de dar um furo (uma notícia em primeira mão), Noblat publicou a informação tão logo a recebeu. Não checou a informação, como aconselha em seu livro. Se tivesse checado, teria descoberto que se tratava de uma notícia velha, de meses atrás, que chegou a ele como se fosse uma fresquinha decisão judicial.
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