Tecnologia ALTERNATIVA NO REAPROVEITAMENTO/RECICLAGEM DE RESÍDUOS
(Cristiane Farias Brandão da Cruz)
Um dos maiores poluentes despejados atualmente na natureza não tem nada de químico potencialmente perigoso ou tóxico. Pelo contrário, é encontrado com certa facilidade em qualquer cozinha: o óleo vegetal comestível. Estima-se que um (1) litro de óleo usado, despejado de forma incorreta nas pias, seja capaz de poluir um (1) milhão de litros de água.
Há várias maneiras de se reaproveitar e/ou reciclar o óleo comestível usado, mas com certeza, uma das mais rentáveis é a transformação do óleo comestível usado em produtos de higiene e limpeza, como sabões e detergentes.
A água é um dos recursos naturais mais intensamente utilizados. É fundamental para a existência e manutenção da vida e, para isso, deve estar presente no ambiente em quantidade e qualidade apropriadas. O homem tem usado a água não só para suas necessidades metabólicas, mas também para outros fins, como o industrial (BRAGA et al., 2002).
Os óleos são substâncias insolúveis em água, de origem animal, vegetal ou mesmo microbiana, formadas predominantemente de produtos da condensação entre glicerol e ácidos graxos chamados triglicerídeos. Os óleos vegetais são formados por ácidos graxos insaturados e são líquidos a temperatura ambiente, pois tem baixos pontos de fusão (MORETTO; ALVES, 1986).
A contribuição clássica da poluição das águas é formada pelas águas residuárias da atividade urbana como esgotos domésticos, esgotos industriais, esgotos pluviais e lodo das estações de tratamento de água. Os esgotos domésticos e os industriais se caracterizam como fontes pontuais, localizadas e bem identificadas, responsáveis por significativa depleção do oxigênio nos cursos d’água e contribuição dos sólidos, organismos coliformes e patogênicos, nutrientes e, no caso dos esgotos industriais em particular, a contribuição de metais e de diversas substancias (JORDAO; PESSOA, 1995).
A determinação das características de uma água residuária tem como objetivo obter os parâmetros físicos, químicos e biológicos, bem como a concentração dos seus constituintes, para que possam ser usados processos adequados visando à redução destes poluentes (METCALF; EDDY, 1991).
Os óleos e graxas incluem, além dos hidrocarbonetos, os ácidos graxos, sabões, gorduras e ceras (METCALF; EDDY, 1991). Geralmente, os regulamentos exigem completa eliminação de óleos e materiais flutuantes, pois são indesejáveis esteticamente e interferem na decomposição biológica (JORDAO; PESSOA, 1995).
I. MATERIAIS E MÉTODOS
Os procedimentos foram realizados de maio de 2006 a outubro de 2009, tendo como matéria-prima o óleo vegetal usado em frituras e no cozimento de alimentos, na fabricação de sabões e detergentes. As análises físico-químicas atestando a qualidade dos sabões e detergentes produzidos foram realizadas no ITEP.
Os testes e procedimentos experimentais foram realizados nos laboratórios da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
MATERIAIS: Béqueres Plásticos de 2000 mL, Hidróxido de Sódio 50%, Detergente Neutro Líquido, Essência, Corante Alimentício, Papel Indicador de pH, Óleo Vegetal Saturado (Usado), Amaciante de Roupas, Fôrmas de PVC ou Fórmica, Colher de Pau ou Bastão de Madeira.
METODOLOGIA: - Filtrar e adicionar o óleo usado no béquer plástico;
- Acrescentar o hidróxido de sódio a fim de estabilizar o pH próximo de 7;
- Acrescentar o detergente líquido e o amaciante;
- Acrescentar a essência e o corante;
- Colocar nas fôrmas, e esperar 48 horas para desenformar;
- Utilizar após 96 horas.
III. DISCUSSÕES E RESULTADOS
Os óleos vegetais desempenham um papel importante na indústria alimentícia, melhorando as características sensoriais dos alimentos como sabor, odor e textura. Atualmente, devido à praticidade e à rapidez, necessárias ao preparo dos alimentos, grande parte dos óleos vegetais comestíveis está sendo usada em processos de fritura, nos quais, além de transferirem calor, conferem aos alimentos características organolépticas desejáveis.
Como no caso foi utilizado um triálcool (três grupos de OH), foi caracterizada a produção de um triéster. Os ácidos que ao reagirem com o glicerol formam óleos e gorduras são chamados de ácidos graxos, que são ácidos carboxílicos de cadeia longa, o que possibilita a ocorrência de uma cadeia com grande parte hidrofóbica, o que os torna imiscíveis à água, que caracteriza parte de nossos problemas.
Uma vez que os óleos e gorduras são ésteres eles sofrem reação de hidrólise básica ou ácida. A hidrólise ácida produz glicerol e ácidos graxos constituintes, já a hidrólise básica produzirá o glicerol e os sais de ácidos graxos, esses sais são o que chamamos de sabão, e esta reação é chamada de reação de saponificação.
IV. RESULTADOS E CONCLUSÕES
Os resultados que serão apresentados a seguir referem-se aos dados obtidos na pesquisa realizada em residências vizinhas ao centro universitário UFRPE, Recife – PE, e a respeito do produto final, o sabão, contemplados nas primeira e segunda, fases do projeto, respectivamente. As informações obtidas estimularam a tentativa de desenvolver uma política de gerenciamento do óleo comestível e uma política de educação científica.
Os segmentos, terceiro e quarto, referem-se a aplicação desse produto na construção da educação científica, entretanto ainda estão em fase de elaboração. A terceira etapa já está em andamento, coletando dados para o desenvolvimento de um material que atenda a linguagem do público alvo.
TESTE DE ACEITAÇÃO DOS SABÕES E DETERGENTES PRODUZIDOS
Pode-se observar que o sabão produzido obteve alta aceitação, constando assim a viabilidade da aplicação desse programa para geração de renda, além das possíveis aplicabilidades citadas em todo o artigo, já que grande parte dos entrevistados o classificou como Bom e Excelente, garantindo assim mercado consumidor para esse produto.
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