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A Identidade Intercultural na Sociedade Contemporânea
(Stuart Hall; Nestor Cancline)

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HALL, Stuart. A Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de
Janeiro:DP&A,2004.
CANCLINE, Nestor, G. Diferentes, Desiguais e Desconectados. RiodeJaneiro:UFR,2005.

Por: walquiria Sampaio gouveia
A Identidade Intercultural na Sociedade Contemporânea.
. Segundo Stuart Hall, antes, na era moderna, as Identidades eram mais e unificadas e coerentes porém, hoje se tornaram “deslocadas”. Entretanto isso é justificável conforme Hall pois o Sujeito tem uma história mas está a mercê das mudanças, visto que a Modernidade liberta o Sujeito de seus apoios nas tradições e nas estrutruras.
Um bom exemplo, aqui mesmo no Pará, é o Carimbó e sua resistência pela permanência de seus elementos constitutivos (música, dança, instrumentos etc.), produto de contato étnico- cultural do aborígene, do africano e do europeu, entretanto a mesclagem ou o processo de aculturação, embora não tenha efetivado a diluição total daquelas características performáticas, são visíveis as inovações inseridas em todos seus constitutivos. O que se apresenta hoje, não tem nada a ver com o Carimbó tradicional.
Aliás, as Identidades já vêm passando por vários “descentramentos”, segundo o autor. Desde a concepçao marxistas: “os homens fazem a história mas apenas sob as condições que lhes são dadas”; da teoria de Freud: “nossa identidade, nossa sexualidade e a estrutura de nossos desejos são formados de base psiquicas e simbólicas do inconsciente”; da teoria de Suassure: “a língua é um sistema social e não individual, formada por significantes e significados”; da teoria moderna de Foucault: “Sob o prisma do poder disciplinar, e da teoria “Feminismo- inseridos no grupo de novos movimentos sociais dos anos 60 -

Portanto não existe Identidade Unificada ou homogêneas, segundo Hall que questiona o pensamento moderno: “(...) não importa se seus membros são diferentes quanto `a classe, gênero, ou raça, uma cultura nacional busca unificá-los numa Identidade cultural” então pergunta: - Como uma identidade cultural, se ela anula e subordina as diferenças culturais? O autor refere-se aos preconceitos, as exclusões, as cotas, diferenças, explorações etc., que são estabelecidas e pré-concebidas pelas identidades nacionais modernas, que nunca acoplou as Identidades ao seu direito institucionalizado “universal”.
A escala que atravessa fronteiras nacionais, integrando e conectando comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo, tornando o mundo, em realidade e em experiência mais interconectada é a Globalização, resultante dos fluxos culturais entre as nações, com suas características no consumismo global: “Supermercados culturais”; “homogeneização cultural”, “novas identificações globais e novas identidades locais”.
Certamente que Cancline também tenta provar que a globalização já faz parte do pós – moderno. Ele descreve o retrato da globalização, suas influências e consequências, mostra que ela se mostra a começar pelas evidências de nossa vida cotidiana que é bombardeada de apelos para o consumismo das marcas de etiquetas, de gosto musical, escolha por objetos e comidas de caras internacionais etc., além descaracterizar personalidades, principalmente dos jovens que se mostram inseguros, alheios, etc. haja vista que a globalização vai penetrando as Identidades contemporâneas formando Identidades heterogêneas, que coexistem e se articulam em “um espaço sócio cultural”, o qual deixa para trás a identidade regional e reconhece a diversidade de modelos de integração como processo histórico inacabado.
É o caso do livre comércio da América do norte e do Mercosul e outros convênios, porém o autor cita informações de que nesse processo já existem fragmentações e rivalidades oportunistas, do que benefícios compartilhados, isto resulta em deslocamento do sujeito, trata-se das conseqüência da globalização que forma sujeitos diferentes, simulados, inverossímeis, etc.
Cancline, para focar a origem do assunto, faz um levantamento da desconstrução performática do sujeito e diz: “os estudos objetivos do estruturalismo obscureceu a diferença entre natureza e história, gêneses e evolução das estruturas sociais. A negação do sujeito foi cúmplice da subestimação da história”. O autor questiona que se não há Sujeito se evapora-se a possibilidade de que haja uma ação que transforme a vida vigente e dê sentido responsável ao porvir.
Cancline deixa evidente que na globalização é ilusão a noção de ‘sujeito livre’ os quais poderiam mudar a identidade nacional conforme idéias de Marx, Nietzsche e Freud. Pois as Identidades dos sujeitos formam-se agora em processos interétnicos e interacionais entre fluxos produzidos pela tecnologia e corporações multinacionais e intercâmbios financeiros globalizados, repertórios de imagens e informações, criados para serem distribuídos a todo planeta pelas indústrias culturais. Ainda segundo o autor hoje, ser sujeito não só a partir da cultura em que nascemos mas também de uma enorme variedade de repertórios simbólicos e modelos de comportamentos.
Repensar a construção de Sujeito e de Indivíduo, inserido no contexto global, é preocupante sim, não apenas para os grandes analistas do assunto citado, mas por todos que estão inseridos no processo, porque suas conseqüências podem ser desastrosas conforme analisa o autor, haja vista que o Sujeito “nômade” se liberta de vários valores que já os tinha cauterizado. Então se conclui que, não se podendo mudar a ordem natural de uma possível globalização, deve-se vivê-la sem perder de vista a coerência da existência.



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